partida

Para mim, o que as crianças têm de melhor, é aquele encanto natural de quem é puro e inocente, e a ingenuidade inerente.
Qualidades que tendemos perder, a cada pancada que a vida nos dá.
Conservar essas qualidades, preservá-las a todo o custo, é muito difícil.
É preciso muita perseverança, muita força, muita garra.
É preciso querer acreditar e acreditar mesmo.
Sermos batidos pelo cansaço, baixar os braços, deixar de acreditar, deixarmo-nos seduzir pelo desencanto, é fácil demais.
E, no entanto, é esse o caminho que eu vejo tomarem.
Pessoas que outrora foram brilhantes, pessoas que por ainda serem puras e inocentes se distinguiam das outras, cedem. Provavelmente sem se aperceberem.
Chamam-lhe amadurecer. Eu chamo-lhe apodrecer.
Apetece-me dizer-lhes para não irem por aí.
Mas, há muito que deixei de ser detentora da verdade.
Talvez só não as queira ver partir porque me fazem falta. Talvez porque de alguma forma também me alimentava daquele brilho.
Pedir-lhes para que fiquem, é pensar só em mim.
Por isso, vou deixá-las seguir o caminho que escolheram.
Sabendo que, jamais as seguirei.

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