Ele tem razão...

Crise financeira: Sócrates diz que famílias portuguesas com poupanças podem estar tranquilas.

Só falta saber que familias são essas, as que têm poupanças...

estreia hoje no TNSC: Siegfried



O Acordar de Brünnhilde (Heil dir, Sonne!)

BRÜNNHILDE
Heil dir, Sonne!
Heil dir, Licht!
Heil dir, leuchtender Tag!
Lang war mein Schlaf;
ich bin erwacht.
Wer ist der Held, der mich erweckt'?

Salve, Sol!
Salve, Luz!
Salve, dia glorioso!
O meu sono foi longo;
acordei.
Quem é o herói que me acordou?


SIEGFRIED
(von ihrem Blicke und ihrer Stimme
feierlich ergriffen, steht wie festgebannt)
Durch das Feuer drang ich,
das den Fels umbrann;
ich erbrach dir den festen Helm:
Siegfried bin ich, der dich erweckt'.

(impressionado com o olhar e a voz de Brünnhilde,
fica petrificado)
Penetrei o fogo
que arde em torno do rochedo;
livrei-te do sólido elmo:
O meu nome é Siegfried. Fui eu quem te acordou.


BRÜNNHILDE
(hoch aufgerichtet sitzend)
Heil euch, Götter!
Heil dir, Welt!
Heil dir, prangende Erde!
Zu End' ist nun mein Schlaf;
erwacht, seh' ich:
Siegfried ist es, der mich erweckt!

(sentando-se)Salve, Deuses!
Salve, Mundo!
Salve, Terra brilhante!
O meu sono chegou ao fim;
acordada, vejo:
Foi Siegfried quem me acordou!


SIEGFRIED
(in erhabenste Verzückung ausbrechend)
O Heil der Mutter, die mich gebar;
Heil der Erde, die mich genährt!
Daß ich das Aug' erschaut,
das jetzt mir Seligem lacht!

(irrompendo num arrebatamento sublime)
Salve, ó Mãe, que me deu à luz!
Salve, ó Terra, que me alimentou!
Para eu ver, feliz,
estes olhos que me riem!


BRÜNNHILDE
(mit größter Bewegtheit)
O Heil der Mutter, die dich gebar!
Heil der Erde, die dich genährt!
Nur dein Blick durfte mich schau'n,
erwachen durft' ich nur dir!

(com grande comoção)
Salve, ó Mãe, que te deu à luz!
Salve, ó Terra, que te alimentou!
Só o teu olhar me poderia ver,
Só para ti poderia acordar!


(Beide bleiben voll strahlenden Entzückens
in ihren gegenseitigen Anblick verloren)
O Siegfried! Siegfried! Seliger Held!
Du Wecker des Lebens, siegendes Licht!
O wüßtest du, Lust der Welt,
wie ich dich je geliebt!
Du warst mein Sinnen,
mein Sorgen du!
Dich Zarten nährt' ich,
noch eh' du gezeugt;
noch eh' du geboren,
barg dich mein Schild:
so lang' lieb' ich dich, Siegfried!
(...)

(ambos ficam num encanto resplandecente,
perdidos no olhar um do outro)
Ó Siegfried! Siegfried! Herói bem-aventurado!
Tu acordas a vida, luz vitoriosa!
Se tu soubesses, alegria do mundo,
como eu sempre te amei!
Tu eras o meu pensamento,
a minha inquietação eras tu!
Cuidei de ti,
antes de o sentires.
Antes de nasceres,
protegeu-te o meu escudo.
Amo-te há todo este tempo, Siegfried!


Deu-me vontade de ir...
Muita vontade mesmo!...
Tanta vontade que sou gaja para... Humm...

Hey, ladies...

Esqueçam o ouro, acções, certificados de aforro, contas-poupança e outros investimentos que tais.
Invistam em vós! Invistam em trapinhos, carteiras e, claro!, muitos sapatos. Pois são dos únicos bens cuja penhora não é permitida!... Sabiam? Eu também não.
Já valeu a pena ter feito esta formação...

E depois de Pablo Neruda... Florbela Espanca

Eu

Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada... a dolorida...

Sombra de névoa ténue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!

Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber porquê...

Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver
E que nunca na vida me encontrou!


Amar!

Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: Aqui... além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente...
Amar! Amar! E não amar ninguém!

Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!

Há uma Primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!

E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar...

para a sesamóide

Dedico-te esta música que nós é tão cara, com votos de rápidas melhoras.

[Aproveito para te dizer que abortei o plano à última da hora e resolvi arriscar tudo, inclusive a minha própria vida: adiei a borracheira, até que a minha companheira da língua preta esteja totalmente recuperada. (Por favor, vê lá se te pões boa até ao próximo fim-de-semana.)]

Passear Contigo - Broa de Mel

Turururururu tu

S.O.S.

Alguém me leve para os copos, por favor! É um caso de vida ou morte!
Nem precisa ser all night long. Prometo que em duas horitas resolvo o assunto.

deformação profissional

25 de Setembro de 2008 - 20h10m

Imaginem o seguinte cenário: 37 contabilistas (sim, eu contei, tal era o meu desespero) e um advogado, fechados numa sala abafada e mal iluminada, depois de um interminável e infernal dia de trabalho. Pelo menos, o meu foi.

Agora deixem-me falar-vos acerca desta caricata classe profissional: os contabilistas ou Técnicos Oficiais de Contas, se nos quisermos perder com preciosismos.

Como o próprio nome indica, os TOC são os profissionais devidamente habilitados a fazer contas. Nada mais, nada menos.
Passam o dia submersos em papelada, executando tarefas de carácter exclusivamente prático, onde não há espaço para qualquer tipo de criatividade. Aliás onde não há espaço para nada. A coisinha mais criativa que um contabilista pode fazer é imprimir uma balancete a cores em vez de o fazer a preto e branco. E mesmo isto só está ao alcance dos contabilistas mais audazes. Contabilistas audazes. Gostaram da piada?
Isso da contabilidade criativa é um mito. A bem da verdade, os contabilistas nem exercem contabilidade mas sim fiscalidade. Mas, adiante! Que esta é uma discussão a ter em sede própria.

O contabilista estereotipado é uma pessoa enfadada e enfadonha, incolor, de óculos, incapaz de sair da linha ou de ousar. É o verdadeiro chato.

Para aqueles que estão neste momento a esboçar um sorriso por supostamente ter apanhado a gaja do discurso “abaixo os estereótipos” a fazer uso deles, tenho a dizer em minha defesa que eu sou contra os mesmos quando estes são usados de forma (quase) vinculativa. Obviamente que é impossível não recorrermos a eles. Desde que se tenha sempre bem presente que são falíveis e redutores, e que não passam de meros indicadores. Aliás, como foi o caso.
Porque obviamente nem todos os contabilistas são assim. Eu não sou assim. Estou enfadada, é certo, mas não me considero uma pessoa enfadonha. Serei?! Acho que não. Na maioria do tempo, pelo menos. Uso óculos mas são vermelhos. Estou a usar cores neutras mas tenho um enorme decote. Não sou muito ousada mas é difícil manter-me, ou manterem-me, na linha.

E perguntam vocês, leitores atentos e fiéis seguidores desta contabilista enfadada, se não te identificas com essa profissão porque a escolheste?
Ora aí está uma excelente questão! Ainda bem que a colocaram.
Também eu me pergunto recorrentemente como vim aqui parar. Acho que não fui eu que a escolhi, foi ela que me escolheu. Eu só senti o chamamento.
Eu estava tão bem encaminhada para seguir artes. Digam lá se eu não ia dar uma artista e tanto. Já com o processo de transferência diferido para a Escola Secundária Soares dos Reis, o berço dos nossos artistas. E, de repente, à última hora, isto é impulse! Deu-me um dos meu tão característicos vipes e eu resolvi voltar atrás e seguir Economia. Jogar pelo seguro, no fundo.

Na verdade eu não me arrependo. Também não adiantava nada arrepende-me.
Sempre é preferível assim. Porque é perfeitamente viável pincelar com arte o mundo a preto e branco da contabilidade. Portanto, consigo ter as duas. Aliás até me dizem muitas vezes “Tu é que és artista!”.
No caso de ter seguido artes, provavelmente, nem o meu extracto bancário conseguiria entender. Isto partindo do princípio que até ia ter um.

Mas, regressando ao assunto.
O contabilista é a pessoa que mais sabe sobre a empresa, é o faz-tudo e tudo sabe. No entanto, no que se refere à tomada de decisão... Não é da sua competência.
O contabilista não corre riscos. De qualquer tipo. O Princípio da Prudência, um dos pilares da contabilidade, não permite.
Portanto, a essência do contabilista é ser aquela pessoa certinha e direitinha, que nunca parte um prato.

À minha frente tenho o formador, um advogado, a debitar palavras quase à velocidade da luz. A debitar palavras à velocidade da luz para pessoas que só lidam com números. Imaginem as expressões faciais e corporais dos formandos.

Não consigo deixar de me perguntar se haverá profissão tão oposta à de contabilista quanto a de advogado. Isto é quase como tentar dissolver uma gota de azeite em água.
Mas ele está a esforçar-se. De vez em quando diz umas piadas, bem básicas, que é para o pessoal conseguir perceber. Há pouco puxou por uma e só uma pessoa se riu.

Humm... Curioso! Os advogados, pelo menos os que conheço, têm todos o mesmo sentido de humor.

Estou enfadada até aos ossos. Estou a bater pestanas desde que entrei e ainda faltam duas horas para este suplício terminar. De cada vez que me lembro que ainda tenho mais uma semana deste inferno, só me apetece é saltar pela janela. (Por acaso, a única coisa que esta sala tem de bom é a vista: o rio Douro.)
Parece que voltei ao ensino superior mas sem a parte boa: andar sempre bêbeda e baldar-me às aulas.

[Disse o formador agora: para os TOC – denominação politicamente correcta, como convém – 2+2=4. Para um advogado é o que ele quiser, desde que consiga defender. Agora é que ele disse tudo!]

E as minhas férias, estão para ser ou está difícil?
Planear fazer tudo e mais uma coisa e acabar as férias sem fazer nada.
Acordar tarde e a más horas. Andar pela casa em pijama e descalça. Cansar-me até à exaustão precoce de tantas piscinas fazer da cama para o sofá e do sofá para a cama. Arrumar de vez a tralha toda antes que isto se torne a FIC (Feira Internacional de Custóias).

Estou tão cansada que já nem sei que disparates escrevi, a quantas ando, o que digo ou que o faço.
O meu cérebro entrou em modo Função-Pública-às-cinco-da-tarde-de-sexta-feira: “estamos sem sistema”. Volte segunda-feira, às nove.

Por agora, só peço para que isto hoje acabe cedo, de modo que eu possa ir para casa, tomar um enorme banho com tudo a que tenho direito e...cama! Mesmo sem jantar, que estou tão cansada que nem apetite tenho. Talvez fume um cigarro de substituição e tiptop!

E pensar que hoje de manhã (parece que já passaram dias, desde esse momento) fazia planos de ir ao Batô.
É já a seguir!...

comecei o dia assim...

Esta música deixa-me fora de órbita.

Fiquei com vontade de sair para dançar. E... adivinhem que dia é hoje...
Última quinta-feira do mês... Noite de Batô!

"Fecha a cremalheira!"

Há quem siga o blogue e não me conheça.
Como leitora de outros blogues cujos bloggers não faço ideia quem sejam mas gosto de imaginar, resolvi saciar a eventual curiosidade desses anónimos e colocar umas fotos minhas.

Há dias assim...


E dias assim...


Uma coisa é certa. A cremalheira (conforme me dizem. que palavra tão horrenda. é quase tão horrenda como a própria palavra horrenda ou a palavra asquerosa.) anda sempre à mostra.

É tão fácil fazerem-me feliz

o meu "magalhães"


Comprei o EeePC!...

Um portátil de gaja! Cabe na mala. Vai substituir (ou não!) o meu bloco de notas.

Agora é que vai ser: posts em real time.
Medo, muito medo!...

Infelizmente, o copo de vinho não veio com o "Baby" (Foi assim que o baptizei. Bem foleiro, hã?...)

once

No mesmo tom

Óptimo filme para ver embrulhados numa mantinha.



Ouvidos abertos à banda sonora, pois claro.

António Lobo Antunes, mais uma vez

Um texto lindo, enternecedor, comovente. Adorei!
Leiam, sff!!!

O meu irmão João

Peço Silêncio

Pabro Neruda

Agora me deixem tranquilo.
Agora se acostumem sem mim.

Eu vou cerrar os meus olhos.

Somente quero cinco coisas,
cinco raízes preferidas.

Uma é o amor sem fim.

A segunda é ver o Outono.
Não posso ser sem que as folhas
voem e voltem à terra.

A terceira é o grave Inverno,
a chuva que amei, a carícia
do fogo no frio silvestre.

Em quarto lugar o Verão
redondo como uma melancia.

A quinta são os teus olhos,
Matilde minha, bem-amada,
não quero dormir sem os teus olhos,
não quero ser sem que me olhes:
eu mudo a Primavera
para que continues me olhando.

Amigos, isso é quanto quero.
É quase nada e quase tudo.

Agora se querem, podem ir.

Vivi tanto que um dia
terão de por força me esquecer,
apagando-me do quadro negro:
meu coração foi interminável.

Porém porque peço silêncio
não creiam que vou dormir:
passa-se comigo o contrário:
sucede que vou viver.

Sucede que sou e que sigo.

Não serás, pois lá bem dentro
de mim crescerão cereais,
primeiro os grãos que rompem
a terra para ver a luz,
porém a mãe terra é escura:
e dentro de mim sou escuro:
sou como um poço em cujas águas
a noite deixa suas estrelas
e segue sozinha pelo campo.

Sucede que tanto vivi
que quero viver outro tanto.

Nunca me senti tão sonoro,
nunca tive tantos beijos.

Agora, como sempre, é cedo.
Voa a luz com suas abelhas.

Me deixem só com o dia.
Peço licença para nascer.

everybody's a DJ *

* Ler com muito cuidado e pausadamente. Pode ferir susceptibilidades.

Hoje recebi um convite por mail para ir a uma festa onde as DJs seriam uma dupla feminina que conheço de "Olá, tudo bem?" e que marcam presença assídua num espaço nocturno que frequento com alguma regularidade, embora não goste muito de lá ir. É uma longa história e um contra-senso pegado, que nem vale a pena referir.
Já é costume, volta e meia, serem elas a pôr (O conceito "pôr" adquiriu novos horizontes de uns tempos para cá. Outra história...) música nesse espaço. Mas o que mais me chocou é que desta vez elas vão animar a festa num espaço relativamente recente e pelo qual ainda guardava alguma consideração, pois primava por fugir ao "mais do mesmo".

Dei por mim a pensar: mas será que agora toda a gente é DJ? Somos um país de treinadores de bancadas e de DJs em part-time?!
Quase toda a gente que eu conheço (passo o exagero) é DJ e/ou treinador de bancada.

É à custa desta fraca exigência que os espaço nocturnos da cidade invicta estão cada vez piores. A música é praticamente a mesma em todo o lado. Qualquer pessoa minimamente informada acerca do panorama musical actual, adivinha com facilidade o set do pseudo-DJ de serviço.
Eu desconfio que a maior parte deles leva o set preparado no Mac e limita-se a fazer play. Independentemente do pessoal estar a aderir ou não.

Hoje em dia não são os DJs que fazem as pistas (e consequentemente as casas) mas sim as pessoas (e as casas) que fazem os DJs.

Se analisarmos as agendas dos diversos espaços, reparamos que os DJs são sempre os mesmos. E se formos mais atentos ainda, reparamos que o percurso que fazem é quase sempre o mesmo. Começam por um pequeno bar, passam para um maior, até conseguirem chegar a um espaço dito badalado.

E inovar, não?!

Não perdoo o Triplex por se ter vendido à dupla maldita das Gigis e ter tornado aquele que foi um espaço de vanguarda e o meu espaço de eleição durante tanto tempo, no degredo total que se está a tornar. Ainda assim, de vez em quando, lá pico cartão, na esperança vã de uma noite bem passada.
Eu sei que as Gigis foram, ou são, um mal necessário. Que existiam outros problemas que não são para aqui chamados. Mas chateia na mesma.

Tudo porque o que é diferente, não vende. O mal da cultura e da massificação da contra-cultura (esta é para ti, Lima-Limão). As pessoas saem para ouvir os hits e as musiquinhas que conhecem. Cambada de carneirinhos.

Isto não é mau feitio, é chamar as coisas pelos nomes.

Qual o meu espanto quando no outro dia me disseram que o Trintaeum corre sérios riscos de não voltar a abrir! Como pode?! Eu ainda estava com esperança que James Murphy desse uma perninha pelo Porto aquando da sua passagem pelo 10.º aniversário da Lux. Mas, sendo assim, mais vale esquecer.
Nicola Conte passou pela cidade no fim-de-semana passado. Ir assistir a um set de Nicola Conte, que para mim já esteve em muito melhor forma, num sítio que está sempre às moscas, não dá grande pica.
O Indústria parou no tempo. Nem sequer há informação do que se passa por lá, se é que se passa alguma coisa. Está para breve o aniversário...
Resta-nos as noites Clubbing da CdM e pouco mais ou nada.
O Plano B tentou. Organizou uma festival de música electrónica às três pancadas. Começou por estar agendado para ser realizado em Matosinhos, passou pelo CDUP e acabou no Pavilhão Rosa Mota. Por favor! É no Pavilhão Rosa Mota que se realizam as festas da Rádio Festival. Não era difícil de prever como a coisa ia correr. Eu preferi nem arriscar. Mas essa foi uma opção só minha.

Eu saio para me divertir. Para usufruir da companhia das pessoas que gosto e para ouvir música, de preferência diferente da que ouço em casa.
Há quanto tempo não me acontece sair e ouvir uma música que me chama o ouvido, e depois andar doida a tentar descobrir de quem é.

É por estas e por outras (a idade também não ajuda e a paciência para aturar pessoal bêbado é cada vez menor), que cada vez mais prefiro ficar pelo GaBar.
O mais irónico é que no GaBar eu sou a DJ de serviço.

E esta, hein?!...

lipstick power

Já andava divertida a acompanhar este descabido entusiasmo à volta de Palin. Acho ridículas algumas das coisas que são discutidas. Acho ridículo como os críticos se perdem facilmente com o acessório, esquecendo-se do que é essencial. Acho-os rídiculos mas divertem-me.
Hoje fiquei particularmente divertida quando li no jornal que Marco António precisa de 3000 mulheres. Fiquei divertida por o ter assumido publicamente e curiosa por saber como o vai conseguir.

Gosto quando começo o dia assim, a rir, divertida.

foge, foge bandido

Que saudades de Manuel Cruz!
Acho que já falei, aqui há tempos, deste projecto do grande Manuel Cruz: Foge Foge Bandido. Não está à venda na Fnac.
Adoro as letras dele. Sigo-o desde o tempo dos Ornatos. Já lá vão... Xiiii, muitos anos...
Já passa nas rádios. Finalmente!
Grande letra!

Borboleta - Foge Foge Bandido

se eu largar eu sinto a sua falta
se eu agarro ela perde a côr
ela não é dos meus dedos
é dos meus medos
e faço-me passar por uma flor
tento imaginar o que ela diz
à espera de aprender
à face da rua existe a rua
mas não é tua
à margem da estrada não há nada
mas já te agrada
tu és o teu mundo
tu és o teu fundo
tu és o teu poço
és o teu pior almoço
és a pulga na balança
és a mãe dessa criança
és o mal
és o bem
és o dia que não vem
agora pára de fazer sentido
não vês que assim estás a pisar fora da estrada
vê se agora páras de fazer sentido
não vês que nada nos dirá mais do que nos diz NADA
vê que o meu coração ainda salta
quer e julga ser capaz
não o faça por meus medos
faça nos dedos
e eu fico para ver o que ele faz
sem imaginar o que eu não fiz
à espera de viver
à face da chama existe a fama
mas não te ama
à margem do nada não há estrada
já não te agrada
tu és o teu preço
és a tua glória
tu és o teu medo
és a parte má da história
vê que o sol ainda brilha
ainda tem por onde arder
não é mau
não é bem
são razões para viver
agora pára de fazer sentido
não vês que assim estás a pisar fora da estrada
vê se agora páras de fazer sentido
não vês que nada nos dirá mais do que nos diz NADA
se eu largar eu vou sentir a sua falta
tu és tu sempre que tu és
és mesmo tu quando pensas que és outra coisa
e tu pensas que não mas tu és mesmo bom a ser sempre
quem és
daí o teu motivo ser inapagável
daí o teu desejo ser incontornável
o prazer é tão maleável
daí o seu valor ser inestimável
a razão de existir um poeta é

presente de Brunhild



Andava eu a fazer horas para ir ao cinema, perdida na Livraria Leitura (C.C. Bom Sucesso), e, na secção de poesia, este pequeno livro colorido chamou-me a atenção. Já tinha lido poemas avulso de Pablo Neruda mas não os tinha bem presentes na memória.
Abri o livro à sorte e li um poema. Era lindo! Voltei a fechar e abrir novamente à sorte. Li um outro poema. Lindo, lindo! Comprei o livro.
Agora que acabei de o ler, fiquei com vontade de vasculhar a vida toda de Neruda e ler toda a sua obra.
Já fiz uma pré-pesquisa e parece que este livro recolhe somente poemas dele na sua fase romântica. Portanto, há muito mais Neruda para descobrir...


Não te quero senão porque te quero,
e de querer-te a não te querer chego,
e de esperar-te quando não te espero,
passa o meu coração do frio ao fogo.

Quero-te só porque a ti te quero,
Odeio-te sem fim e odiando te rogo,
e a medida do meu amor viajante,
é não te ver e amar-te como um cego.

Talvez consumirá a luz de Janeiro,
seu raio cruel meu coração inteiro,
roubando-me a chave do sossego.

Nesta história só eu me morro,
e morrerei de amor porque te quero,
porque te quero, amor, a sangue e fogo.





É assim que te quero, amor,
assim, amor, é que eu gosto de ti,
tal como te vestes e como arranjas
os cabelos e como a tua boca sorri,
ágil como a água da fonte sobre as pedras puras,
é assim que te quero, amada.
Ao pão não peço que me ensine,
mas antes que não me falte em cada dia que passa.
Da luz nada sei, nem donde vem nem para onde vai,
apenas quero que a luz alumie,
e também não peço à noite explicações,
espero-a e envolve-me,
e assim tu pão e luz e sombra és.
Chegastes à minha vida com o que trazias,
feita de luz e pão e sombra,
eu te esperava,
e é assim que preciso de ti,
assim que te amo,
e os que amanhã quiserem ouvir
o que não lhes direi, que o leiam aqui
e retrocedam hoje porque é cedo
para tais argumentos.
Amanhã dar-lhes-emos apenas
uma folha da árvore do nosso amor, uma folha
que há de cair sobre a terra
como se a tivessem produzido os nosso lábios,
como um beijo caído
das nossas alturas invencíveis
para mostrar o fogo e a ternura
de um amor verdadeiro.



E podia ficar aqui o dia todo a postar poemas de Pablo Neruda.

Hoje acordei assim... Que posso fazer?!...
Se tivesse namorado, hoje o desgraçado estaria mais desgraçado que nunca...

solidão: estado de quem está só

No fim-de-semana, numa tentativa de quebrar a inércia rotineira e dar algum descanso ao leitor de DVD, resolvi levar a cabo um dos meus programas preferidos: passear pela cidade, sozinha, sem rumo e sem destino.

Sentia-me como sinto a cidade: melancólica, solitária, mas hospitaleira, perseverante.

Equipei-me a rigor: calças de ganga, t-shirt e sapatilhas. Optei por fazer dois totós, colocar um chapéu e os óculos de sol. Quando o faço, fico sempre com a sensação que me torno invisível. Apetecia-me ser invisível.
Coloquei os três livros que andava a ler e o meu bloco de notas no saco e saí porta fora.

Calcorrear a cidade, tranquiliza-me. Observar as pessoas nas suas vidinhas, conforta-me de alguma forma. E andar, ajuda-me a espairecer.

É engraçado. Raramente me sinto sozinha quando estou só. Na maior parte das vezes, a solidão ataca-me quando estou acompanhada. Porque será?

Quando abanquei numa esplanada para lanchar e ler um pouco, fui acometida precisamente por esse pensamento e lembrei algumas conversas idas.

A maior parte dos meus amigos (quando digo amigos refiro-me a amigos e amigas), todos na casa dos 'intinhas, solteiros na sua maioria, se queixam, volta e meia, da solidão.
Verdade seja dita, a maldita, não é mais que o reverso da medalha da vida que escolhemos. Por isso há que aguentar a pressão sem demasiadas lamentações. A teoria é muito bonita, eu sei.

Escolhemos esperar, preferimos arriscar, optamos pelo "tudo ou nada", em detrimento da vidinha normal: encontrar alguém que nos dê estabilidade e nos trate bem, casar e ter filhotes.
Queremos mais! Mas o quê?

(Continua amanhã... Mas podem ir deixando nos comentários o que querem...)

notícias da clausura

Ando a empanturrar-me de livros e filmes. Deve ser uma forma de (tentar) encher o vazio. Não sei.

No outro dia assisti a um filme, cujo personagem principal, tinha uma divisão da casa forrada a livros.
Muitos poderão cair na tentação de chamá-la de biblioteca. Eu prefiro vê-la como a Divisão dos Sonhos.
Senti inveja, inveja saudável, daquela personagem. Deu-me vontade de forrar, pelo menos uma parede de minha casa, de cima a baixo, com estantes repletas de livros. Uma outra com Cds. E outra com DVDs. Um sem fim de mundos e de possibilidades.

Gosto de livros, de música e de filmes pela capacidade que têm de me fazer voar.
Porque esta sensação que tenho de estar presa, afinal não será tanto à vidinha que levo, mas sim a estar presa dentro do meu corpo.
Deve ser mais ou menos assim que as galinhas se sentem. Deram-lhes asas mas não conseguem voar. Passam a vida a dar às asas, esvoaçam, mas voar, nada. Talvez por isso sejam tão parvinhas e passem a vida a cacarejar. E depois ficam doidas.
Eu pergunto-me o mesmo: para que me deram asas se não consigo voar? Eu bem tento, mas não consigo.
Talvez venha daí o cansaço que se abate sobre mim tantas vezes. Demasiadas tentativas infrutíferas em voar. Cansa!

Tenho toda a liberdade mas não me sinto livre.
Talvez seja o medo que me impeça de voar. O medo do ridículo. Tenho receio que me apontem o dedo e digam "Olha onde já se viu uma galinha a voar?! Deve ter a mania que é pássaro."
Eu, como portuguesinha que sou, tenho o sonho de bater um recorde do Guinness. Mas pretendo ser a gaja que mais vezes foi aumentada num ano. E não a primeira galinha a conseguir voar.

Piadas à parte, que o assunto é sério, gostava de me conseguir libertar.

O meu interior parece um pequeno vulcão, sempre a borbulhar.
Sou ansiosa por natureza, inquieta, curiosa, indecisa e, sobretudo, muito impulsiva. Isto tudo sob uma aparente tranquilidade.
Sou dicotómica. Acho que já o disse anteriormente, a minha personalidade absorveu o principio da dicotomia, pilar essencial da minha profissão. Debito por um lado e credito pelo outro.

Nada é simples para mim. A não ser eu.

Tomar decisões são um martírio. Analiso tudo ao pormenor, racionalizo, dou em doida e depois acabo por mandar tudo ao ar e decidir por impulso.
Há quem chame os meus impulsos de caprichos.
Chateiam-me quando me dizem isso. Porque alguém caprichosa é alguém que usa, abusa e manipula. Eu não faço nada isso. Pelo menos de uma forma consciente.
Chateiam-me quando depositam demasiada fé em mim. Chateiam-me quando se aproximam de mim pela minha aparência, por ser gaja, e se esquecem que aqui mora uma pessoa.
Chateiam-me quando teimam em me enfiar numa caixa rotulada demasiado pequena para mim, onde me sinto asfixiar.

Tal como Clementine (do filme The Eternal Sunshine of the Spotless Minds) só me apetece gritar "Too many guys think I'm a concept, or I complete them, or I'm gonna make them alive. But I'm just a fucked-up girl who's lookin' for my own peace of mind; don't assign me yours." . E eu sei que não é correcto ou justo fazê-lo. Porque provavelmente eu procuro o mesmo noutra pessoa.

Então, o que procuro?... Provavelmente algo que nunca vou conseguir encontrar. Porque as galinhas não voam.
Não quero uma relação. As relações são só uma desculpa para combater a solidão.
Quero interacção! Alguém que grite "esfola" quando eu digo mata. Alguém que me faça gritar "esfola" quando diz mata. Já nem peço alguém que antecipe um "'Tá a apetecer-te matar, não 'tá?".

Eu sei, eu sei... Vejo demasiados filmes, leio demasiados romances... Que posso eu fazer?!... É o mais próximo que arranjei de voar...

2008: o ano em que só fiz merda - NOTÍCIA OFICIAL

Diz o ditado que o que nasce torto jamais se endireita. Devia ter tido isto bem presente logo no início do ano. Tinha evitado alguns dissabores.

Comecei o ano a cometer um dos maiores erros de sempre. Já estou habituada a cometê-los mas, normalmente, sou só eu quem sofre as consequências. É uma resolução de ano novo recorrente: deixar de ser a minha pior inimiga. Mas desta vez não fiz a coisa por menos. Foi por tudo o que era lado.
Depois disso, lá devo ter entendido que perdido por cem, perdido por mil, e a partir daí, foi um desfilar de tiros nos pés. Até hoje. Nove meses de asneirada pegada.

Parece que entrei sozinha numa feira de diversões mas daquelas de quinta categoria, do género da de Coney Island, a feira dos freaks.
Comecei pelos carrinhos de choque, labirinto de espelhos, montanha russa, casa dos horrores e, por fim, o carrossel: eu no centro e tudo o resto a gravitar à minha volta. O pior de tudo é que eu quero sair, mas não estou a conseguir.
Já não sei em quem me transformei. Não me reconheço em muitas das minhas atitudes. Já não me aguento, estou farta de me aturar. Farta de tudo, para ser muito sincera.
Apetecia-me ser invisível. Que ninguém desse por mim, que eu pudesse vaguear à minha vontade. Sinto-me presa. Presa a esta vida acomodada e nada fazer para mudar. Sinto-me revoltada mas não sei bem contra quê ou quem. Talvez contra mim. Sinto uma dor constante que não sei de onde vem. Gosto de pensar nela como uma dor de crescimento. Como aquelas que se tem na adolescência. Só que esta não é física. Aliás, às vezes parece mesmo que é aí que me encontro, na adolescência. Sim, é isso mesmo. A mesma dor e a mesma revolta. A mesma vontade de me isolar do mundo. Se não fosse dramático, seria cómico. Sou mesmo menina para ainda achar piada à situação.
Sinto-me um comboio completamente fora de controlo: por vezes lento e calmo, ao passar nas planícies; mas, na maior parte das vezes, violento e arrasador. Eu não tenho controlo sobre ele. E ninguém parece ter.

Conclusão, vou retirar-me. Espiritualmente, pelo menos. Já que fisicamente não me é possível.
Talvez seja disso que eu precise, de me encontrar. É possível que não volte a ser quem era porque há coisas que nos marcam profundamente e que nos impedem de voltar. Mas prometo tentar... Prometo mesmo.

L'Ângela

Conheci a L'Ângela, devia ela ter uns cinco anos. Entrou pela porta dentro, pela mão da vizinha. Quando me inclinei para a saudar, aquela criança de olhos vivos saltou ao meu pescoço, num abraço apertado, demorado, sentido. Um abraço que me fez subir as lágrimas aos olhos. "Ela é assim", foi a resposta dada pela vizinha, quando a olhei inquisidora, ainda perturbada pelo impulso daquela misteriosa criança.
A bem da verdade, não sei quem precisava mais daquele abraço: se L'Ângela, se eu.

A partir desse dia, L'Ângela pisgava-me lá para casa sempre que podia, para o pé de mim.

Soube que era uma criança que vivia com muitas dificuldades financeiras e num péssimo ambiente familiar. Teria sido abandonada pela mãe, ainda em bebé, tendo ficado a viver com a avó, uma vez que o pai andava sempre envolvido em conflitos, mais ou menos graves.
Ninguém dava atenção a L'Ângela. Ela estava a ser criada entre gritos e porrada.
Podia ter-se tornado uma criança fechada e revoltada, mas não.
L'Ângela não era doce e terna, à primeira vista. Pelo contrário, era arisca, com a resposta pronta na ponta da língua, impedindo que se aproximassem demasiado dela.

Dava com ela a observar-me à distância, como a fazer-se convidada para entrar. Eu puxava por ela. Gostava de conversar com ela, ver até onde ela ia. Desconfiada, muitas vezes olhava-me de soslaio a tentar perceber onde queria chegar. Não era propriamente inteligente, mas era perspicaz, intuitiva, com o sexto sentido apurado.
Sentia-a, na maior parte das vezes, inquieta, nervosa. Um nervoso miudinho. Inconformada.
No entanto, ao pé de mim, parecia-me sempre mais calma, a sossegar. Deitava-se ao pé de mim, meio a medo, e ficava ali, sem me incomodar, fazendo-me companhia enquanto eu lia.

Uma vez, decidimos colorir. Gosto de explorar a imaginação das crianças, principalmente através do desenho.
L'Ângela disse-me que ia fazer um desenho para mim. Qual o meu espanto, quando ela me entrega o desenho: eu e ela, e em letras garrafais, um gosto muito de ti.
Já mal me segurava mas ainda lhe consegui dizer que também gostava muito dela. Ela abraça-se a mim e pergunta-me se eu não queria ser mãe dela. Só senti um aperto enorme no peito e um nó na garganta. Como é que explicava àquela criança que o que ela me pedia não era possível?...
Seguiu-se uma das conversas mais dificeis que já tive. Ela sentada no meu colo, aqueles olhos a fitarem-me, pedindo-me para que os fizessem compreender porque tinha de ser assim, e eu sem saber dar-lhes uma explicação minimamente convincente. Ainda hoje não sei como me consegui segurar sem desabar num pranto. Eu só conseguia pensar no que aquela criança sofria, na falta de atenção que tinha. Na forma como ela se apegou a mim, só porque lhe dava alguma atenção.
Aquela criança tinha um superávit de amor para dar e, ao mesmo tempo, sofria de um deficit enorme de afecto. E como eu a compreendia.

Por imposições da vida, não vejo L'Ângela há anos. Da última vez que tive notícias dela, soube que tinha ido viver com uma tia. Espero que a tia lhe proporcione e vida que aquela menina merece, que saiba chegar até ela, que a compreenda e lhe dê o que ela precisa. Ela precisa de tão pouco. Não é justo que nem isso receba.

Não há um dia que passe sem que eu lembre L'Ângela.
Aquele abraço que me deu da primeira vez que nos vimos, marcou-me para sempre. Recordo-o muitas vezes e no bem que me fez.

Assim falava Zaratustra

DO AMOR AO PRÓXIMO

"Vós outros andais muito solícitos em redor do próximo, e a vossa solicitude exprime-se com belas palavras. Mas eu vos digo: o vosso amor pelo próximo é apenas o vosso amor por vós próprios."
"É para fugirdes de vós que andais em volta do próximo, e quereríeis converter isso numa virtude: mas pus a claro o vosso «desinteresse»"

"Não suportais a vossa própria companhia, e não vos amais o suficiente; procurais então seduzir o próximo com o vosso amor e doirar-vos com o seu erro."

"Um procura o próximo porque se procura, o outro porque anseia perder-se. O vosso mau amor por vós próprios converte a vossa solidão num cativeiro."

"Eu ensino-vos o amigo de coração transbordante. Mas é preciso saber ser como uma esponja quando se quer ser amado por corações transbordantes."

"Existem tantos pensamentos grandes que apenas fazem o mesmo que um fole: inchando aumentam o vazio."

"Há homens a quem não deves estender a mão, mas a pata; e faz com que a tua pata tenha garras."


DOS CAMINHOS DO CRIADOR*
(Se não desse muito trabalho, transcrevia esta secção toda)

"Solitário, segues o caminho que conduz a ti próprio, e aos teus sete demónios."

"É preciso que te queiras consumir na tua própria chama: como poderias renascer, se não fosses primeiro consumido?"

"Solitário, segues o caminho do amoroso: amas-te a ti mesmo e por isso te desprezas como só sabem desprezar os amorosos."

por falar em chuva...



Raindrops keep fallin' on my head
And just like the guy whose feet are too big for his bed
Nothin' seems to fit
Those raindrops are fallin' on my head, they keep fallin'

So I just did me some talkin' to the sun
And I said I didn't like the way he got things done
Sleepin' on the job
Those raindrops are fallin' on my head, they keep fallin'

But there's one thing I know
The blues they send to meet me won't defeat me
It won't be long till happiness steps up to greet me

Raindrops keep fallin' on my head
But that doesn't mean my eyes will soon be turnin' red
Cryin's not for me
'Cause I'm never gonna stop the rain by complainin'
Because I'm free
Nothin's worryin' me

[trumpet]

It won't be long till happiness steps up to greet me

Raindrops keep fallin' on my head
But that doesn't mean my eyes will soon be turnin' red
Cryin's not for me
'Cause I'm never gonna stop the rain by complainin'
Because I'm free
Nothin's worryin' me

Párem com isso!

Juro que não fui eu que pedi esta chuva com o intuito de estragar a festa dos aviõeszinhos! Eu jamais seria capaz! Vocês sabem disso, certo?!...

eu quero. posso. e faço.

A administração do Rui Rio faz-me lembrar o meu tempo de RP da Associação de Estudantes.
Era mais ou menos assim: quando me apetecia andar de kart, organizava um campeonato de karting. Quando me apetecia beber até cair sem gastar dinheiro, organizava uma festa [(i)memorável festa na praia!]. Quando queria mudar de visual, organizava uma passagem de modelos. Era fácil!

aquele querido mês de Agosto

Há cenas de chorar a rir. E pormenores de mestre. Muita atenção a eles.
O filme é uma visão kitsch (Gosto desta palavra. Mas gosto mais de quiche.) do interior, dos costumes e das pessoas, deste nosso país. É de ver com um brilhozinho nos olhos. Eu aconselho!

E as letras das músicas?!... Ai, a banda sonora!...

Agora apetecia falar da regionalização mas eu ando numa fase bery light. Sem paciência para discussões muito ou pouco profundas. Vamos deixar isso para o Inverno. Mas que apetecia, apetecia...


PS - Já vi Wall-e e não chorei!

:(

Será impressão minha ou anda (quase) toda a gente assim um pouco para o deprimida ou desanimada?!...
Parece que a super Brunhild vai ter de entrar em acção!... Vai, vai!...

peço a ajuda do público

Faz-me lembrar algo conhecido mas não consido identificar o que é! Help!



Oh Sugar
Soulbizness

humm...

O texto anterior lembrou-me esta passagem d' Assim falava Zaratustra, de Nietzsche.
Tem um fundo de verdade, as mulheres podem ser muito cruéis, principalmente umas com as outras. Mas não é totalmente verdade...

"Houve durante muito tempo na mulher um escravo e um tirano escondidos. Por isso a mulher ainda não é capaz de amizade: apenas conhece o amor.
Há no amor da mulher injustiça e cegueira para tudo quanto não ama. E mesmo no amor iluminado da mulher fica sempre, ao lado da luz, a surpresa, o relâmpago e a noite.
A mulher ainda não é capaz de amizade: gatas, eis o que são as mulheres, ou aves; ou, quando muito, vacas."

Muito bem!

Confesso que ando um bocadinho farta de "ouvir falar" das eleições presidenciais norte-americanas. Não será novidade para ninguém a minha relação amor/ódio relativamente ao modo como se "faz política" hoje em dia. Seja onde for.
Embarquei com a maioria no descrédito total pelos políticos.
No entanto, este texto merece todas as referências possíveis, pela questão pertitente que coloca:

O machismo dos liberais americanos

cliché #5684456892

Porque me apetece!... Porque acredito!... Porque são efeitos secundários do slide siper-homem!... Porque o que não tem remédio, remediado está!... Porque hoje está sol!... Porque sim!...

I Believe I Can Fly - R. Kelly

I used to think that I could not go on
And life was nothing but an awful song
But now I know the meaning of true love
I'm leaning on the everlasting arms

If I can see it, then I can do it
If I just believe it, there's nothing to it

[1]
I believe I can fly
I believe I can touch the sky
I think about it every night and day
Spread my wings and fly away
I believe I can soar
I see me running through that open door
I believe I can fly
I believe I can fly
I believe I can fly

See I was on the verge of breaking down
Sometimes silence can seem so loud
There are miracles in life I must achieve
But first I know it starts inside of me, oh

If I can see it, then I can do it
If I just believe it, there's nothing to it

[Repeat 1]

Hey, cuz I believe in me, oh

If I can see it, then I can be it
If I just believe it, there's nothing to it

[Repeat 1]

Hey, if I just spread my wings
I can fly
I can fly
I can fly, hey
If I just spread my wings
I can fly
Fly-eye-eye

"Quando sou boa, sou óptima. Mas quando sou má, sou ainda melhor." *

* Mae West

De tantas vezes me dizerem que eu não existo, qualquer dia, não muito distante, começo a acreditar que sou fruto da imaginação de alguém. Quanto mais não seja da minha!...

Porque é que teimam em me dizer que eu não existo, quando sou boazinha (e não boazona!...), e me mandam directamente para a prisão, sem passar na casa da partida, quando eu sou mázinha?!... Não é justo!

é a reentré

Todos os anos é a mesma coisa. Porque razão o país pára durante o mês de Agosto?!... Aliás, a Europa pára. Já estava na alturinha de se mudar isso, não?... Enfim...
Agora que o mês de Agosto chegou ao fim (Já se nota no trânsito. Maldição!), começam a chegar as novidades...

1) Nouvelle Vague no Teatro Sá da Bandeira a 8 de Novembro
Adoro esta banda e nunca assisti a um concerto deles, apesar de passarem cá a vida. Eu já não digo nada. Será que é desta?...

2) Roisin Murphy no Clubbing a 31 de Outubro
Este, dê por onde der, Brunhild não perde!

O Tone e as quatro Marias foram passear

Sexta-feira, 20h00, partida para o DiverLanhoso, para um fim-de-semana radical. Sim, leram bem, um fim-de-semana radical!...
Eu, menina da cidade, com fobia a bichinhos e a alturas, praticante assídua, única e exclusivamente, do radical desporto do levantamento do copo, lançamento da pica, equilibrismo em stilettos e caça ao comando da televisão, num fim-de-semana radical!

Adivinharam! Convenceram-me a ir numa noite de muita vodka, mojitos e caipiroskas... E, ainda bem que o fizeram! ADOREI!!!

Estou toda partidinha. Dói-me o corpinho todo. Completamente estourada. Doem-me músculos que não sabia que tinha e que provavelmente nunca utilizei. Trouxe nódoas negras que tenho a certeza que não tinha. Tenho um dói-dói na mão que deitou muito sangue. Mas, ainda assim, valeu a pena.
Quero voltar! Quando vamos outra vez?

Nós optamos por alugar uma das casas que eles têm para o efeito. Quem preferir poupar uns trocos pode optar por alugar um quarto no dormitório ou acampar.
Mas aviso já que as casas são o máximo, todas em madeira.
A nossa - Casa Lagarto - tinha um quarto na mezzanine. Linda!
Todas têm um barbacue cá fora e mesa, mesmo a convidar a uma churrascada regada a muita receita ou sangria.
Mal chegamos, fui logo atacada por uma borboleta mutante. Só a mim!...

O nosso plano de actividades (a marcação das actividades é feita previamente), consistia em canyonning, slide super-homem, caça ao tesouro nocturna e kayak (canoagem).

De todas, a que eu mais gostei, a causadora deste meu estado, foi o canyonning (nível 2). Nem mesmo o malho que dei durante o rappel me impede de repetir, quando lá voltar. E, de preferência, um de nível 3, com mais rappel, escorregas e saltos de cascatas.
É extremamente cansativo, além da caminhada sinuosa, o fato de neoprene (fica-se cansado só de vestir o fato), ao fim de duas horas, torna-se pesado. Além disso, andamos quase sempre de pernas flectidas, tacteando as rochas. Já para não mencionar ter de rastejar, saltas cascatas (neste caso, pequenas), passar por mini-grutas, etc.
Em compensação desfruta-se de uma paisagem fantástica, única.
É puxado mas vale a pena! Aconselho! E também aconselho que levem luvas. Eles não as fornecem e fazem muita falta. E, já agora, uma máquina fotográfica à prova de água, descartável.

O slide super-homem foi porreiro mas sabe a pouco.
O que custa mais é a espera e a preparação. Estar àquela altura e ficar pendurada por uns simples cabos.
Eu e outra Maria estivemos mesmo para desistir. Principalmente quando o Pepe (o monitor) se sai com "Confiem em mim. Vocês já me conhecem!". Sim, conheciamos há umas três horitas, foi um dos nossos monitores no canyonning. Quando ele se sai com essa, eu, que já nem piava, nem sabia se havia de rir ou chorar.
Ele apertou de tal forma o arnês, para que nos sentissemos seguras, que, no momento da aterragem, devido ao esticão, fiquei com duas nódoas negras enormes nas pernas.
Para a próxima troco o slide pelo pêndulo. Ou não!

Depois do slide super-homem seguiu-se a actividade mais radical de todas: salto ao comprido para a cama. Altura que eu aproveitei para acabar de ler "Ela e as outras mulheres" de Rubem Fonseca. Uma série de contos marados, recheados de violência e sexo, escritos num registo chocante. Fiquei curiosa para ler um romance deste escritor brasileiro.
Depois da siesta, um delicioso jantar preparado pelo chef Tone.
E, posto isto, o quinteto estava pronto para caçar tesouros.

Não aconselho a caça ao tesouro nocturna. Se quiserem fazer a caça ao tesouro façam a diurna.
Ao contrário do que nós, inexperientes, pensamos, a caça ao tesouro nocturna não é mais emocionante. Na verdade, destina-se aos putos porque está confinada ao espaço do Diver.
A caça ao tesouro diurna é realizada fora do Diver e é uma "correria" de 6 Km.

O dia seguinte, último dia, começa com mais um pequeno-almoço maravilhoso (já incluído). Aliás, come-se muito bem lá no Diver.
Já de papo cheio lá seguimos para a barragem, para a última das actividades programadas, a canoagem.

Andar de kayak é sempre porreiro. Eu adoro todos os desportos que envolvam água. Mas aqueles kayaks eram de três. Coordenar três gajas, às 10h da manhã de um Domingo, todas partidas e cheias de sono, não é tarefa fácil. Ao fim de 30 minutos já estava farta de canoagem.

Regressamos ao Diver para almoçar e fazer o check out. No entanto, uma das Marias, a Mariazinha e o Tone, resolvem, à última da hora, experimentar o pêndulo. Haja coragem!

Na hora da despedida, ficou a certeza que hei-de voltar!
Quero experimentar o rafting e talvez o pêndulo. Quero dar passeios de giga e a pé.
Não quero fazer a travessia das pontes (ainda não estou preparada para enfrentar esta minha fobia) nem o paintball.

E, por falar nisso, quando é a próxima???
Aceito inscrições!...
Por mim, ia já no próximo. Matava dois coelhos. É que vão estar cá os aviõeszinhos outra vez!...

Soube tão bem este fim-de-semana. Principalmente para quem ainda não gozou de umas merecidas férias como eu.
O corpo regressou estourado mas a mente está oxigenadíssima.
Foi curioso descobrir que existe uma gaja radical dentro de mim. Inclusive, acho que voltei mais destemida qualquer coisinha. O que é muito bom!...