Baby wants to play!

Quando era piquena o Carnaval era a minha festa preferida.
Gostava da ideia de, durante um dia, poder ser quem quisesse.
Mas depois cresci, (um bocadinho, vá), e descobri que o Carnaval podia ser quando eu quisesse.

Estas coisa de festas com dias marcados são uma seca. Não gosto! Voto contra.
Assim sendo, deixei de me mascarar no dia das máscaras por excelência. E optei por me ir mascarando/desmascarando ao longo do ano. É muito mais divertido.
Uns dias, menina; outros, mulher. Uns dias, fada do lar; outros, dona-de-casa desesperada. Uns dias, forte, coragem de leoa; outros, fraca, assim é o coração.. Uns dias, profissional; outros, preguiçosa, como o de hoje. Uns dias, impecavelmente vestida; outros, mais descontraída. Uns dias, Lolita, como no Dia dos Namorados; outros, Jessica Rabbit. Uns dias, melosa e doce; noutros... não-me-toques! Enfim, são tantas! Seria maçudo enumerá-las todas.
Mas, sempre! Sempre eu.

Não consigo ser sempre a mesma e, no entanto, só consigo ser eu mesma. E preciso de toda a liberdade, para o conseguir ser.
Quando me tentam reduzir somente a uma parte, quando me querem pela metade, sufoco.
Preciso de ser todas e não ser nenhuma, ao mesmo tempo.

No entanto, estas minhas "regras" são óptimas, principalmente quando as quebro.
Assim, este ano, resolvi mascarar-me!

O mais difícil foi encontrar a máscara certa.
Deverá ser uma máscara que tenha a ver connosco, com a qual nos identifiquemos.
Depois disso, é só tratar dos detalhes. Os detalhes que irão marcar a diferença.

"O antes" é sempre a parte melhor. Como em tudo na vida. "O antes", quando tudo ainda é possível.

Felizmente, nesta noite tudo foi possível.
Reunidos os cinco do costume, e uma dose extra de folia, diverti-me como já não me lembrava.

Coisa muito fácil, para quem tem a sorte, como eu, de ter os melhores amigos do mundo.