as coisas que me chamam #perdi a conta e não me apetece ir ver

Destruidora de corações: Mentira! Nego tudo! Estou inocente!

É muito fácil gostar de mim. Tenho noção disso. Não será tanto por mérito meu mas pela conjuntura actual: uma vida levada a 1000 KM/h e pessoas cada vez mais isoladas e fechadas em si próprias. Quando se encontra pela frente alguém que recebe toda a gente de braços abertos, de sorriso fácil, preocupada com o próximo e sempre disponível, é, digamos, normal que se deixem encantar.
Mas é só uma ilusão. Porque esta é só a versão mainstream de mim. A mais acessível e disponível a todos.

Não o faço com a intenção de seduzir, brincar, manipular ou buscar afecto, como já me acusaram. É só a minha maneira de ser. Afecto e amor, felizmente!, tenho muito na minha vida.
E, sobretudo, não me podem acusar de alimentar essas ilusões porque, assim que me apercebo delas, ponho-lhes um fim. Às vezes de forma demasiado abrupta, aparentemente fria. Mas prefiro sempre que fiquem a pensar mal de mim a ficarem presos a esperanças vãs ou ilusões. O tempo depois, por norma, encarrega-se de ser revelador. E as amizades resgatam-se.

Hoje disseram-me que me queixo de barriga cheia. Eu não me queixo... Apenas me saiu um "quem me dera estar apaixonada".

Lembrei, para mim, muitas das declarações de amor que recebi ao longo da minha existência, "amo-te" surgidos do nada, cartas que nem sei onde andam porque as guardo de cor na memória, gestos românticos, atenções, surpresas, mimos... Algumas cenas dignas de filmes!
De que me posso queixar?...

Não sei o porquê desta tendência para provocar paixões desenfreadas. Algumas quase doentias. Com direito a bilhetes no carro, mensagens e chamadas anónimas. Na adolescência quase fiquei em prisão domiciliária por causa de um tarado. Com direito a ameaça de denúncia na polícia e tudo.

Disseram-me que eu trago à superfície o melhor das pessoas. Não me parece!...

E amor também tenho. Então ultimamente!... Não passa um dia sem que alguém me ofereça palavras ternas, ou um "gosto de ti", ou "tenho saudades tuas", ou beijos e abraços vindo do céu.
Até estou a fica mal habituada...
Depois não se queixem de entrar em fases demasiado lamechas. Ou de lhes chamarem os "sentimental thirties". Ou de me chamarem "pita chorona". Sim, com todas as letras.
Anda uma gaja a construir uma reputação a ferro e fogo, lágrimas e suor, debaixo de chuva e vento, para depois dar nisto. Não se faz!

Portanto, queixar, não me queixo.
Mas talvez me arrependa... Arrependo-me de às vezes ser tão céptica e, consequentemente, ser mázinha para os meninos.

Mas eu chego lá. Como diz uma amiga é por "tentativa-erro". Um dia acerto. Ou deixo que me acertem... E quem sabe não é já na próxima vez?...

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