armada em boazinha dei o meu stock todo de gurozan à mana para ela levar para a viagem de finalistas do 12.º ano para benidorm e agora vou ter de

(excedi o limite de caracteres do título) curar esta ressaca "old fashion way"

Na verdade não sei sobre o que hei-de escrever. Mas ainda sinto o álcool circular em excesso de velocidade nas veias e, enquanto isto não parar, não consigo ressacar sossegadinha.

Podia contar a minha noite de ontem. A noite em que assisti à peça de teatro mais secante de sempre. Tão secante, tão secante, que mal saí do teatro tratei logo de me emborrachar, tentando apagar tal experiência da memória. Não consegui! No entanto, consegui apagar outras. A partir de certa hora, não existe registo da noite. Deve ter sido da mudança da dita. Ou não!

Ou podia escrever ao meu amor, sim, aquele dos "se" e "mas", que teima em duvidar de tudo e todos. Mas, o que lhe dizer que ainda não tenha dito ou que ele não saiba?

O meu amor, qual Walt Kowalski e o seu Gran Torino, não acredita ser merecedor da felicidade. Então, boicota toda e qualquer possibilidade de o conseguir ser. Talvez a ideia de ser feliz o assuste. Porque sabe que é efémera. Talvez. Prefere viver na penumbra a habituar-se à luz do dia. E, todos sabemos que a noite, fria e solitária, também faz parte do dia.
Ou talvez porque ninguém saiba muito bem como chegar até ele. Principalmente quando teima em colocar os headphones em volume máximo, no coração, ao som agreste daquela música violenta e revoltada que gosta de ouvir.
Ao meu amor, hoje, não lhe exijo a perfeição. Custou mas aceitei: gosto dele assim, mauzinho e com génio. Excepto quando se vira contra mim, obviamente. Mas também sei, hoje, que não sou pêra doce.
Ele sabe, conhece-me como ninguém. Acho inclusive que me conheceu antes de mim. Talvez ele não saiba é que também eu o conheço como ninguém. Aliás, conhecer não conheço. Se o conhecesse, saberia antecipar as suas acções. E eu isso nunca sou capaz de fazer. Mas sinto-o. Como ninguém. Sinto quando está perto, quando está longe. Sinto a sua revolta, a sua dor, a sua necessidade de atenção, afecto e compreensão. Sinto-o forte mas sem força para o ser. Ele, que poderia ser o que quisesse, receia falhar. Talvez. É um bocadinho preguiçoso, este meu amor.
Tantas vezes pedi para não o sentir. Tantas vezes preferi acreditar ser apenas uma ilusão. Até ficar sem forças. Até chegar aqui.
Hoje não quero promessas de amor eterno. Hoje só quero ser feliz, um dia de cada vez. Uns dias mais, uns dias menos... É assim.
E, mais do que ser feliz, quero fazer feliz. Quero dar!
Decide, meu amor, se queres receber... É só isso que tens de fazer.

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