I started a joke

Aqui há tempos, em conversa com um amigo, quando eu me preparava para começar o meu discurso de que os rapazes não sabem o que querem, ele manda-me parar e me diz-me que eu e as minhas amiguinhas andávamos a precisar ouvir umas verdades.

Fiquei com medo, confesso. Ele estava com dedo em riste e tudo. Mas, lá o deixei desopilar...

Dizia ele que nós, mulheres, é que não sabíamos o que queríamos. Pedíamos tudo e nunca nada estava bem.
Se é carinhoso é porque é muito meloso e não dá pica; Se não dá atenção é porque é insensível; Se avança é porque é demasiado cedo e afinal não gosta de nós e só quer sexo; Se não avança é porque não sabe o que quer; Se não nos telefona é porque já não gosta de nós; Se telefona é porque é muito controlador; Se, se, se... Nunca está bem!

Tentei interrompê-lo algumas vezes mas não consegui. Além disso estava curiosa para ver onde a conversa ia parar. A meio já estava a chorar a rir... Ele empolgou-se a sério.

Quando terminou, a muito custo recompus-me da risota, e tentei fazer-lhe entender que não era a pessoa certa para lhe dar aquelas respostas e muito menos podia falar pelas minhas amiguinhas.

Há muito tempo que deixei de ter um arquétipo do príncipe encantado.
Regra geral nunca sei o que quero. Aliás, quero o que não tenho ou onde não posso ir.

Não tenho muita experiência em relações. Não acredito muito nelas. E, azar dos azares, apaixono-me com a mesma frequência com que o cometa Halley nos visita. Ou seja, quando acontece fico deslumbrada pelo sentimento e cheia de medinho de cair, acabando sempre por me estatelar ao comprido.

No entanto, podia partilhar com ele a minha regra de ouro, a regra dos três simples. Não quero um homem mais tímido que eu (é difícil mas acontece), mais complicado que eu (infelizmente ainda os há) ou mais vaidoso que eu (nunca se sabe).
Mas também lhe disse que esta regra vale o que vale, ou seja, é muito valiosa quando quebrada.

Depois recordei algo que um grande amigo meu, daqueles amigos de sempre, me disse. Apesar de não estar com ele há muito tempo, sei que quando estiver não sentiremos a distância física ou temporal, será como se tivéssemos estado juntos no dia anterior. Foi, durante muito tempo, o meu verdadeiro xamã. Há poucas pessoas como ele, principalmente do sexo masculino: une uma extrema sensibilidade a uma perspicácia de génio. O que nem sempre funciona a seu favor.
Dizia-me ele, há uns dez anos atrás, que o meu destino seria um homem mais velho. Só uma pessoa vivida, muito segura de si, me poderia dar a estabilidade que eu procurava. Só uma pessoa assim sabia exactamente como desempenhar o papel que lhe competia por defeito.
É algo que recordo frequentemente. E, cada vez mais, acho que ele tem, mais uma vez, toda a razão.

No fundo, eu acho que os papéis de homem e mulher, andam meios trocados. Já ninguém sabe muito bem que papel desempenhar e como.

A meu ver, dada a minha educação clássica, continuo a achar que os homens conquistam e as mulheres deixam-se conquistar. As mulheres complicam e os homens simplificam. As mulheres falam, os homens agem. As mulheres arrumam, os homens desarrumam. As mulheres cuidam, os homens dão segurança. Etc., etc., etc....
Não imagino o meu pai se sair com uma frase do género "quero mas não posso ter" ou "estou confuso". Nem mesmo o meu irmão, com 25 anos.

Tenho um amigo que anda a passar um mau bocado porque diz que gosta de duas mulheres e não sabe com qual das duas ficar. Que faz sofrer as duas mas que quem mais sofre é ele. Blá blá blá... Já não há paciência!...
É um gajo de sorte. Tem duas mulheres com "M" grande à espera dele e ele, hesita, não sabe. É desconcertante, quando uma mulher sente que se oferece de bandeja e o respectivo... não sabe!...
Já lhe disse, se eu fosse uma das desgraçadas, já o tinha mandado passear há muito tempo, por muito que gostasse dele, por muito que me custasse. Que relação de futuro poderia advir dali? E que mulher quer um homem a seu lado que seja mais instável ou indeciso que ela?!...

Para rematar o assunto, e também foi assim que concluímos a conversa no outro dia, os homens devem tentar perceber que, para uma mulher, nem sempre é fácil saber se eles estão de factos interessados nelas ou se só querem festa. Há muitos gajos com técnicas avançadíssimas de engate, capazes de verdadeiros embustes, de fazerem tudo para levarem a sua avante. Já observei alguns casos de fazer cair o queixo e de deixar cair por terra toda e qualquer esperança de haver um que se salve. Além dos meus dois gajos (um deles ainda solteiro, meninas! solteiro e bom rapaz!... dou contacto. Eh!) e mais meia dúzia de excepções por aí perdidas.

Seja o caso que for, o conselho que ninguém me pediu mas que eu deixo na mesma, a ambos os sexos, é, se for de facto aquela pessoa que querem, falem abertamente, fomentem o diálogo aberto, atirem-se. Mais vale a certeza redonda de um "não", que a eterna dúvida de um "se"... certo?...
Se querem sacanagem, tenham juízo para que não corra mal.

Assim falava Brunhild.

3 comentários:

Anónimo disse...

http://www.youtube.com/watch?v=MUTo6kSZlPI

Brunhild disse...

eheheheheheh ;)

Carpe Diem disse...

Não podia deixar de comentar este post... espero que seja uma das raras excepções que conheces, mas eu sei o que quero, com quem quero e como quero.

Aproveitando o texto da boneca de trapos abaixo, nem um pequeno estudio me demove :)

Concordo em quase tudo deste texto, mas tenho de dizer q, por experiência propria, tb sei que há muitas mulheres que não sabem o que querem e depois caem da nuvem qd descobrem que o homem dos seus sonhos afinal era outro...

Beijos
Nuno.