De forma a conseguir regressar a mim, lembrei-me de recordar quem era e passar os olhos por algumas fotografias minhas.
Ainda é cedo para as outras. Ainda não preciso delas para recordar...

Vivia bem, posso dizê-lo. Estilos de vida aparentemente iguais. A única diferença, a solidão.
Naquele tempo, não a conhecia. E não a conhecia porque não conhecia o outra face da solidão.
Agora conheço.

"A solidão acompanhada dos amigos", como me disse.
Faz sentido agora embora não seja verdade. Eu não deposito tamanha responsabilidade nos amigos. Será mais a solidão acompanhada de um generoso copo de vinho e de música, bem depressiva, de preferência.
Únicos momentos, em que eu sou eu, onde ainda me encontro.

Às vezes sinto-me magoada quando certas pessoas são injustas comigo, por não me conhecerem, por não estarem atentas e, principalmente, por se deixarem enganar por mim. Se eu me escondo, se eu não me mostro, como podem conhecer-me?

Se eu troco a minha tristeza por um sorriso rasgado, se eu troco a minha carência por um olhar altivo e de desdém, se eu troco a companhia dos amigos pela minha solidão, se eu tudo sinto mas pouco choro, se eu recebo as pessoas com um abraço sentido mas nunca as deixo entrar...

1 comentário:

Carpe Diem disse...

Gostei do texto e apenas queria dizer que, comigo, podes ser sempre tu mesma que eu recebo-te de braços abertos e com imensa felicidade.

Gosto de ti como tu és!!