Call it a year

Tinha um post preparado a propósito do fim do ano. Tratava-se de um Balanço Sintético Final, com direito a Notas de Anexo e tudo, conforme manda o POC. Mas estava bastante realista, ou seja, uma seca.
Isto vindo da mesma pessoa que, aqui há tempos, andou a elaborar a Análise SWOT da sua vida. Até que me disseram que em espanhol, a Análise SWOT se chamava FODA. Contra factos não há argumentos e eu desisti da ideia.

Relativamente ao ano de 2007.
Grande ano. Não me importava de me juntar aqueles franceses da manifestação e dar as boas vindas ao ano de 2007 novamente. Mas sem aquela fundamentação ambientalista. Seria mesmo por questões pessoais.
Assim um género de "O dia da marmota" com o sarcástico Phill Connors (Bill Murray) mas sem aquela música chata de Sony & Cher logo pela manhã.
A ideia seria repetir o ano de 2007 até fazer as coisas bem. Um feitiço do tempo.
Mas, adiante!
Não pretendo falar sobre o ano de 2007, vou falar sobre 2008.
O ano começou há poucas horas mas já há matéria para discussão.


O que é que os homens querem?

Começo pela faixa etária dos 30. O que é que eles querem?
Dizem que estão a ficar fartos de sexo fortuito (ah ah ah) e relações descartáveis. Dizem que querem encontrar a mulher certa e assentar. E começam a ficar desesperados porque o tempo aperta. Sim, porque o desespero não é exclusivo das mulheres. Consequência? Vêem amor em tudo o que mexe. Atiram-se aos pés da primeira que lhes dê atenção e os trate bem. É tudo o que querem.
Assim que encontrarem uma mulher tão desesperada quanto eles, não pensarão duas vezes. O mais certo é dar em divórcio uns anos mais tarde. Mas, pelo menos, cumpriram o papel que lhes estava destinado.

A faixa etária dos 20.
Só querem andamento: copos e gajas. Isso do amor ainda não os preocupa. Têm muito tempo. Só quando quiserem assentar, lá para os trinta e muitos. Para já só querem é festa, festa, festa.

A faixa etária dos 40.
Já tiveram festa, copos, gajas, casamento e divórcio. Tiveram tudo o que mereciam.
A idade pesa, a velhice espreita. Querem encontrar o amor, aquela pessoa com quem vão dividir a terceira idade. Procuram algo calmo e sossegado. Até porque já tiveram paixão e não deu muito resultado.

Eu podia ser mais exaustiva mas aborreço-me com facilidade. Além disso, já me esperam para almoçar.

O que é que os homens não querem?

Com cada um que falei, senti-me sempre a falar para o boneco. É compreensível. Deve ser difícil manter um diálogo interessante com aquele pensamento sobre sexo a assolar-nos a mente a cada 7 segundos. Deve estar sintonizado com o pestanejar: de cada vez que um homem pestaneja, pensa em sexo.
É um desperdício de tempo e energia tentar puxar por uma conversa. É frustrante fazer um comentário inteligente e dar com dois olhos parvos a olhar para nós a tentar decifrar que dialecto estamos a falar. Já desisti de colocar legendas. Agora opto pela maneira mais fácil: sorrir e mudar de assunto, fazendo um comentário parvinho sobre qualquer coisa. Torna as coisas mais fáceis. Não vá eles começarem a pensar que estão a falar com uma mulher que, de facto, pensa. E os homens não querem mulheres inteligentes. Essas dão muito trabalho. Tem de se falar com elas e tudo. Não, nem pensar. É muito cansativo, desgastante até. Preferem uma mulherzinha bonitinha, jeitosa, simpática, sensível e obediente. Que saiba cozinhar e cuidar de uma casa. Que não refuta as suas escolhas e opiniões.

Sabem que mais?
Tenho saudades de falar com um alguém inteligente e com sentido de humor. Que diga o que pensa e sente. E que sinta o que diz. Que dispense estes joguinhos parvos de sedução. Que seja aquilo que é e nada mais que isso. É possível? Alguém aí com estas características?...


Comecei assim o ano. Isto promete!
Já estou farta de 2008.
Podemos voltar atrás, podemos? Vá lá!

Viva 2007! Ooops, 2008... Bom ano a todos!

PS - Diz a sabedoria popular que quando trocámos o nome de alguém, é sinal que essa pessoa está a pensar em nós. Perfeito disparate. Quanto muito, será sinal que mesmo involuntariamente estamos a pensar nessa pessoa.
Bem, para mim, é sinal para pousar o copo de vinho do Porto, apagar o cigarro e ir para casa.
Que bela maneira de acabar a noite.

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