Por isso...

... as pessoas me magoam tanto sem aperceberem, me sinto um peixe fora de água a toda a hora, sou tão fechada em mim, nunca sei se o que sinto é meu ou dos outros, me perco com facilidade, tenho a necessidade de cuidar, tenho a mania de que sei o que os outros sentem e pensam, a minha necessidade de fugir, de me esconder, de me proteger, de procurar protecção, choro tantas vezes sem saber porquê, os outros sempre em primeiro lugar, a dificuldade em lidar com as minhas emoções, precisar de tanto tempo para reagir, a sensação de viver num mundo só meu, a incompreensão por parte dos outros, o não saber explicar o que sinto e o que sei ou como sei, a infância como autista, a adolescência de merda, a incapacidade de me entregar, o detector de mentiras, a insegurança, a timidez, as constantes oscilações de humor sem causa aparente, o comportamento bipolar, o isolamento, a paranóia pela perfeição, a intransigência, o cansaço que se abate sobre mim frequentemente, a obsessão pelos detalhes, a pouca tolerância ao ruído, o gosto pela música e pelas pessoas, pela arte em geral, a necessidade de colocar em palavras e em perspectiva tudo o que sinto e sentir que fica sempre aquém, a exagerada empatia que quase me enlouquece, a obsessão pelas emoções em geral, esta dor constante, estes ataques subitos e efémeros de alegria, ...
... tanta coisa!...
Tanta coisa, mas tanta coisa que começa a fazer sentido...

O que eu sempre suspeitei: não são os outros, sou eu.
Bem me parecia que havia alguma coisa de errado. Era impossível! Não era normal!

E agora?...

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