Alguém viu o meu cérebro?

Aqui há tempos resolvi levar a cabo (mais) uma experiência. (Sim, ando a testar teorias.)
Essa experiência implicava deixar o cérebro em casa sempre que saía com a cobaia que escolhi para a minha dita experiência.
A coisa resultou. A minha teoria confirmava-se.

Aqui há dias, altura do derradeiro teste, pedi a uma amiga para me guardar o cérebro porque precisava de ter a certeza que ele não me iria importunar. E como a experiência ia ser realizada lá em casa, não queria correr riscos.
Ela concordou, apesar de achar que era uma tarefa de grande responsabilidade.

Procurei o dito para o levar a casa dela e nada.
Estava a entrar em desespero. Não é que ele me estivesse a fazer falta porque não estava. Nenhuma, diga-se! Isto de andar sem cérebro é uma maravilha. Não ter aquela vozinha chatinha racional sempre a analisar, a dizer-nos o que devemos fazer, o que é certo e o que é errado, a adivinhar as consequências dos nossos actos, a perguntar porquê, a tentar responder a porquês, blá blá blá, é uma seca pegada.

Virei a casa de pernas para o ar, sem grande esforço, diga-se. E nada!
Procurei em todos os lugares, desde os mais óbvios aos mais improváveis: atrás do meu enfeite de Natal, a galinha choca de pelúcia que cacareja um quase imperceptível Jingle Bells; debaixo do colchão (mas só tinha uns trocos escondidos); no fundo das gavetas das meias (nem queiram saber o que encontrei lá!...); atrás da estante dos DVDs de óperas (só encontrei um bocado de cotão. Tenho que deixar de fazer as limpezas sob o efeito de vodka.); dentro da panela de pressão, não vá cozinhá-lo da próxima vez que fizer cozido à Portuguesa; no boião do açúcar amarelo; dentro das minhas carteiras todas (não foi tarefa fácil!); até procurei dentro do baú das fotografias (que medo!...). Nada, nada, nada! Não o encontrei em lado nenhum.
Já desesperada, arregacei mangas e mergulhei na mala do carro: livros, cds, partituras, mais livros, o manual da formação que frequentei há tempos, ainda a toalha de praia (que saudades!...), um casaco, uma saca cheia de revistas de gajas, mas cérebro, nada!
Dei-me como vencida! Tinha perdido o meu cérebro. Distraída como sou, devo tê-lo pousado em qualquer lado e lá ficou, como faço com os guarda-chuvas.

Ele (ainda) não me está a fazer falta. Mas, se porventura, virem por aí um cérebro perdido, deve ser o meu.
Por favor, guardem-no e deixem comentário ao post.
Eu até oferecia uma recompensa mas a crise não permite. Além disso, ele não vale grande coisa. Está um bocadinho gasto, que é como quem diz, está todo comidinho.
No entanto, como foi um presente dos meus pais, quando eu nasci, gostava de o recuperar, pelo valor sentimental. E, além disso, guarda algumas recordações que me são caras. Só por isso.

Obrigada!

3 comentários:

Chichas disse...

Ops, desculpa nao te ter avisado.
Comecei ha dois dias uma formação complexa e precisei de instalar uma extensão. Em Dezembro, depois do processamento estar concluído, limpo todos os meus documentos e devolvo. Vais tê-lo a tempo do Natal.

Brunhild disse...

Oh, obrigada. Estou mto mais descansada.
Timming perfeito! Será mesmo por essa altura que irei precisar dele.

Bruno Ramalho disse...

no Natal não precisas dele, porque vais entrar em modo consumista e tens muitos sapatos para comprar. Convém estar mesmo sem nada lá em cima para poderes comprar a loja toda sem remorsos :P