20 de Dezembro de 2007

Acabei mais um caderno de apontamentos. Houveram textos que ficaram por publicar, que não foram mais que esboços para outros textos já publicados. Este, por exemplo:

Dei por mim a pensar, porquê ele? Porquê ele e não outro?

Porque ele é sensível, uma sensibilidade bruta e subtil, permeável a tudo.
Porque é completo, porque vai do branco ao preto passando por todas as tonalidades intermédias.
Porque me vê como sou, vê-me para além desta capa protectora que uso.
Porque é inteligente mas não é racional.
Porque é inseguro.
Porque odeia com a mesma intensidade com que ama.
Porque diz o que pensa e o que sente com uma facilidade abismal.
Porque se mostra tal como é apesar de achar que não.

Porque a sua insegurança impede-o de acreditar que é dele que gosto, que não quero mais ningém, que não penso em mais ninguém, que não quero mais nada.

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