à espera de ser escrita *

* uma carta ao amor por vir





Espero que chegues e preparo o melhor presente que te poderia oferecer, a título de boas-vindas: uma folha em branco.
Uma folha limpa, livre de erros e de marcas do passado: mágoa, traições e desilusões, cometidas ou sofridas.
Uma folha imaculada: um recomeço, um renascer, uma nova história. Só nossa.

Espero, tentando encontrar a compreensão e a paciência que nunca tive mas que procurarei ter. Por nós. Precisarei delas quase tanto precisarei que acredites em mim. E quase tanto preciso de acreditar em nós.

Espero, ansiosa que me descubras, sem preconceitos. A mim, à menina que precede a mulher, também por vir, e todas as outras, também à tua espera, para se revelarem.
Espero, ansiosa por te descobrir. De início e sem medo. Disposta a receber tudo e a ceder, por fim, à entrega.

Espero, e chamo o amor que tenho vindo a guardar. Para ti.
Contribuirei com ele, o melhor de mim: amor infindável. Tu contribuirás com o melhor de ti: paixão desmedida. A simbiose perfeita.
Amarei como brisa calma: actos, alma e afecto. Tu amarás como fogo inquieto: palavras, corpo e desejo. Combustão: este será o nosso jogo.

Espero, e enquanto espero, olho a folha em branco, e sonho. Sonho com o momento mágico que será o nosso primeiro encontro. Ou melhor, o último dos reencontros.

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