CONVERSA DE PORTUGUESES
Uma «entrevista» a Miguel Esteves Cardoso
Porque é que lês?
Para além de gostar, porque é a forma mais económica de conhecimento. É uma forma de roubo. Um gajo está dois anos a escrever um livro e tu lês aquilo numa noite, percebes? É roubar. É como roubar num supermercado.
(...)
E estavas a roubar. Estavas a roubar! Aquilo demorou décadas a escrever. Claro que estás a roubar. Além disso, nunca te esqueças que o melhor da pessoa está nos livros que escreve. Por exemplo, os diários do Alan Clarke...
... esse gajo é um patife...
... pois é, mas é o melhor dele. As pessoas dão o melhor que têm aos livros. O melhor da pessoa é sempre o público, nunca é o íntimo. O lado público é como a melhor rendinha que se põe na montra, a melhor toalha que se põe na mesa, é o melhor que se tem. Por exemplo, o Saramago: aquilo é o melhor que ele tem.
(...)
Por falar em grande arte: Amália. Tu sabes que eu não gosto de fado e amo Amália?
Ela ultrapassa o fado. É uma grande voz, uma grande escritora. É transcendente. Uma pessoa inteligentíssima, profunda, com um mistério fabuloso.
É uma grande artista.
Quando canta, tu pensas que ela está a cantar sobre ti, não é?
(...)
Aquilo que eu acho fenomenal no Oakeshott é o facto de ele ter dado nome às coisas. Como o sentimento de perda, algo a que eu sou muito sensível. Agora estou a viver em Lisboa e não imaginas as saudades que eu tenho do Porto.
Deve ser terrível. Até porque o Porto é diferente: tu sentes que fazes parte daquilo.
(...)
[Delicioso. De se perder a cabeça... e o tempo!...
Ide ler o JPCoutinho, ide! Eu vou trabalhar a sério...
Off with their heads!
Quem sou, quem sou?...]
Álbum: raízes
Há 12 anos
4 comentários:
uma guilhotina tripeira? :P
LOL
Ai... As coisas que me chamam!... :D
ou então és aquela cantiguinha dos kaiser chiefs e coiso! ;))
Kaiser Chiefs, não!
Sou... Turandot! E... Nessun dorma...
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