No teu poema existe um verso em branco e sem medida, um corpo que respira, um céu aberto, janela debruçada para a vida. No teu poema existe a dor calada lá no fundo, o passo da coragem em casa escura e, aberta, uma varanda para o mundo. Existe a noite, o riso e a voz refeita à luz do dia, a festa da Senhora da Agonia e o cansaço do corpo que adormece em cama fria. Existe um rio, a sina de quem nasce fraco ou forte, o risco, a raiva e a luta de quem cai ou que resiste, que vence ou adormece antes da morte. No teu poema existe o grito e o eco da metralha, a dor que sei de cor mas não recito e os sonhos inquietos de quem falha. No teu poema existe um cantochão alentejano, a rua e o pregão de uma varina e um barco assoprado a todo o pano. Existe um rio a sina de quem nasce fraco ou forte, o risco, a raiva e a luta de quem cai ou que resiste, que vence ou adormece antes da morte. No teu poema existe a esperança acesa atrás do muro, existe tudo o mais que ainda escapa e um verso em branco à espera de futuro.
[Fora com os Toys e os Emanueis de agora! Queremos estes senhores de volta... Por favor?!]
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