dona de casa desesperada

Comprei o aspirador. Finalmente! Consequentemente, hoje será noite de limpezas. Provavelmente seguirei o conselho que me deram e procurarei motivação extra recorrendo à companhia de um bom vinho. Amanhã conto se resulta ou não.

Montar uma casa sozinha não está a ser tarefa fácil. E não me refiro só à questão financeira porque essa contorna-se. É só deixar de comprar sapatos compulsivamente. Refiro-me mesmo à necessidade de recorrer aos préstimos masculinos. Venha quem vier, lá com a história da igualdade dos sexos, há tarefas que são de gaja e há outras que são de gajo. Exemplificando: escolher candeeiros, tarefa de gaja; comprar as lâmpadas, tarefa de gajo mas viável para uma gaja desde que devidamente assessorada; instalar candeeiros, definitivamente, tarefa de gajo.
Comprei os candeeiros há semanas e solicitei a ajuda do pai para comprar as lâmpadas e instalá-los. Surpreendentemente, diz-me que precisa de saber que tipo de lâmpada eu quero. "Uma que dê luz", respondi prontamente. Ele não achou grande piada à brincadeirinha. Resolvi actuar por minha conta e risco e, numa deslocação a uma grande superfície, dirigi-me à secção das lâmpadas. Bem, eu não fazia ideia da panóplia de lamparinas que existiam no mercado. Há para todos os gostos e feitios. Estava bem aviada. Eu, uma indecisa de primeira ordem, sabia lá por quais optar. Apelei e pedi ajuda a um funcionário. Este descartou-se, alegando que aquela não era a área dele e chamou o colega. Fiquei mais descansada, não era aselhice minha. Afinal é preciso ser-se entendido em "dar à luz" para se poder escolher uma simples lâmpada. Começou um inquérito desenfreado, para o qual não tinha respostas, até que resolvi chamar o meu lado pragmático: expliquei-lhe o efeito que queria e ele lá me aconselhou as benditas lâmpadas para conseguir o dito efeito. Por pouco, pensei que se fosse oferecer para ir lá casa instalar os candeeiros, mas acho que, à última da hora, não achou eticamente correcto. E ainda bem.

No fim-de-semana lá foi o big daddy instalar por fim os famigerados candeeiros. Podia ter aproveitado para instalar os estores também, mas não, "fica para segundas núpcias". Estar dependente da vontade alheia dá-me cabo do sistema!

Tenho agora pela frente a árdua tarefa de escolher um LCD e o respectivo sistema de vídeo. Também tinha incumbido o papá de tal tarefa, mas ele achou por bem que eu também fosse. E eu fui.
Fiquei para lá a vê-los (ao meu pai e o simpático funcionário da loja) falar numa língua totalmente estranha que envolvia FullHD, alta resolução, contraste, tempo de resposta, blue-ray, potência, subwoofers, e outras coisas que tais. De vez em quando, olhavam para mim. Estariam eles à espera que eu decidisse o que quer que fosse relativamente àquela matéria, com aqueles dados? Eu sou profissional de números. Falem-me em euros, para que eu perceba. Até me deu uma quebra de tensão, quando me falaram nos valores. Quantos pares de sapatos vou ter de abdicar de comprar para poder estar refastelada no meu sofá a ver as minhas óperas e os meus filmes?... Valerá a pena?... Ainda ando meia hesitante... Não é o fim do mundo se eu não tiver televisão em casa. Será?... Sem televisão mas sempre bem calçada. Parece-me bem!...

PS - Comecei a escrever este texto ontem. Hoje, já estou em condições de afirmar que limpar a casa alcoolicamente motivada, de facto, ajuda. 21h30, casa limpa e arrumada e Brunhild completamente aterrada. A repetir!...

in this mood




You gotta be fortunate
You gotta be lucky now
I was just sitting here
Thinking good and bad
But I'm the kinda woman
That was built to last
They tried erasing me
But they couldn't wipe out my past
To save my child
I'd rather go hungry
I got all of Ethiopia
Inside of me
And my blood flows
Through every man
In this godless land
That delivered me
I've cried so many tears even the blind can see

Chorus:
This is a woman's world.
This is my world.
This is a woman's world
For this man's girl.
There ain't a woman in this world,
Not a woman or a little girl,
That can't deliver love
In a man's world.

I've born and I've bread.
I've cleaned and I've fed.
And for my healing wits
I've been called a witch.
I've crackled in the fire
And been called a liar.
I've died so many times
I'm only just coming to life.

Chorus

My blood flows
Through every man and every child
In this godless land
That delivered me
I cried so many tears even the blind can see

Promise me if something goes wrong, if I run away, you’ll find me and make me kiss you

Há críticas péssimas ao filme...
E eu já tinha idade para ter juízo.

Entretanto, decici que vou ler o livro!...


"É evidente que Hawke conhece bem as suas personagens, mas o pesado ponto de vista de William, acaba por prejudicar a complexidade que Sarah deveria conter. Ela acaba por ficar limitada a objecto de desejo e causadora de sofrimento."
http://cinerama.blogs.sapo.pt/140819.html
Claro que foi uma mulher que escreveu esta crítica...

"E, na prática, é impossível não gostar ou não ser condescendente com os protagonistas. Talvez porque todos nós, um dia, já sofremos, já racionalizamos, e já amámos como eles."
http://takea-break.blogspot.com/2007/04/indie-lisboa-hottest-state.html

E, a cereja em cima do bolo, a banda sonora do filme. Muito, muito boa.
The Hottest State Soundtrack

o dito cujo que me levou às lágrimas...

... e continua a arrepiar-me. Salto perfeito!...

o estado mais quente

Hoje vai sem links e sem muitas apreciações porque estou mesmo sem cabeça para isto.

Há coisas que a gente sabe. Eu sabia que tinha de ver este filme. "Lost in translation" corre sérios riscos de ser destronado do primeiro lugar do pódio. Será uma decisão a ser tomada quando tornar a ver este filme, noutra altura.
Tem diálogos fabulosos... Para mim, claro.

Curiosamente, no fim-de-semana perguntaram-me se eu alguma vez pensei escrever um livro. Nunca me tinha passado pela cabeça. Parece-me coisa difícil. Um compromisso. Contudo, depois do filme, fiquei com vontade de responder a Ethan Hawke, e escrever a história pelo prisma da rapariga. E o final seria diferente...

checkpoint charlie

Senti o meu coração deixar de bater abruptamente, o sangue descer a pique e as forças abandonarem o meu corpo.
E, mesmo assim, ter de me manter de pé, acabar a conversa que estava a meio e continuar a sorrir como se nada fosse.
Eu já não sabia quem tinha à minha frente, o que diziam ou mesmo que palavras me saíam e por que ordem. Eu já não estava ali. Custava-me respirar, sufocava, faltava-me o ar.
E, de cada vez que pestanejava, aquela imagem.
Precisava sair dali mas não conseguia mover-me ou mesmo pedir que me tirassem dali.
Naquele momento, soube. Um breve instante. Mas bastou para saber que era irreversível.
Eu tinha passado.

Metade - Oswaldo Montenegro

Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio.

Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.

Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.

Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Por que metade de mim é o que penso
Mas a outra metede é um vulcão

Que o medo da solidão se afaste
E que o convivio comigo mesmo se torne ao menos suportável.

Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
Mas a outra metade eu não sei.

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.

Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é a platéia
A outra metade é a canção.

E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.


Olha
Será que ela é moça
Será que ela é triste
Será que é o contrário
Será que é pintura
O rosto da atriz

Se ela dança no sétimo céu
Se ela acredita que é outro país
E se ela só decora o seu papel
E se eu pudesse entrar na sua vida

Olha
Será que é de louça
Será que é de éter
Será que é loucura
Será que é cenário
A casa da atriz

Se ela mora num arranha-céu
E se as paredes são feitas de giz
E se ela chora num quarto de hotel
E se eu pudesse entrar na sua vida

Sim, me leva para sempre, Beatriz
Me ensina a não andar com os pés no chão
Para sempre é sempre por um triz
Ah, diz quantos desastres tem na minha mão
Diz se é perigoso a gente ser feliz

Olha
Será que é uma estrela
Será que é mentira
Será que é comédia
Será que é divina
A vida da atriz

Se ela um dia despencar do céu
E se os pagantes exigirem bis
E se um arcanjo passar o chapéu
E se eu pudesse entrar na sua vida

de manhã estou bem é na caminha

Devia haver um dia por semana destinado ao ócio, puro e duro. Só dormir. Comer e dormir. E vegetar em frente à televisão. Ou ficar deitada na cama a ouvir música. Ou deitada na rede a ler e a passar pelas brasas. Mas, basicamente, dormir.

Ah! Dizem-me que já há um dia assim: Domingo.
Mas que raio faço eu aos domingos que não faço nada disto?!...

Preciso parar... Esta vida à Fitipaldi ainda vai ser o meu fim.
Preciso de féeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeerias!...

E, no entanto... Não consigo.

Mudar de roupa, soltar o cabelo
dormir num carro, todo nu em pelo
dizer que hoje o dia está perfeito
por óculos escuros a torto e a direito
pois hoje eu vou pegar na guitarra
é hoje que eu me faço à estrada
Olá ò vida malvada

almost set

Já me devolveram o BI.
Estou à distância de um ___________ para concluír o processo.

It's the season, silly!

Quem topa um programa diferente este fim-de-semana?
Ser turista na própria cidade. Com máquina fotográfica a tiracolo e tudo.
Percorrer os ex libris, andar de eléctrico e até fazer um seightseeing tour de autorcarro.
Acabar numa esplanada a beber finos e debicar tremoços.
Jantar num restaurante típico e... rally antros.
Sim, porque eu ando há mais de um mês a pedir para me levarem a dançar e até agora nada!...

Quantos somos?...

lolada

Uma conversa hipotética

(...)

Cliente - Sr. Dr., eu amo-a tanto e ela já me disse que não quer nada comigo. Não consigo dormir, sinto-me uma merda, só me apetece morrer, porque a minha vida não faz sentido sem ela...Diga-me o que faço, ajude-me!! Não sei o que fazer!! Não presto para nada!

Um Psi - Humm.Hummm.

Cliente - Eu abri-lhe o meu coração e ela... ela é tão linda!! ora veja aqui a foto que lhe tirei com o meu telemóvel...

Um psi - Humm. Dizia que lhe tinha aberto o seu coração...

Cliente - Sim. Ela disse que não tínhamos nada a ver um com o outro. Mas eu não vou nessa. Há mais qualquer coisa, de certeza, senão não nos dávamos tão bem..l..Ela contou-me tanta coisa da vida dela, sr. dr....Eu sei coisas que mais ninguém sabe...

Um psi - Humm. Humm.

Cliente - Não sei o que fazer! Ao mesmo tempo queria esquecê-la e dar uma de apaixonado e tentar conquistá-la com poemas, rosas, essas coisas....

Um psi - Sim...Então está indeciso entre continuar a tentar conquistá-la e tentar esquecê-la...

Cliente - É isso mesmo! O sr. dr. compreende-me tão bem...Embora goste dela, acho que vou tentar esquecê-la...

Um psi - Vai então tentar esquecê-la...

Cliente - Sim. Vou pegar na minha agenda e telefonar a todas as tipas que já comi. Alguma há-de me ajudar a passar o tempo, a acalmar, a sentir-me mais eu, a ganhar outra vez confiança em mim mesmo e aumentar a auto-estima...É auto-estima que se diz, não é?

Um psi - Sim, é auto-estima...

Cliente - acho que é a melhor solução. Afinal, se ela não gosta, não gosta. Vou continuar a minha vida, pode ser até que se ela perceber ou desconfiar que ando com alguém ou que estou a seguir a minha vida, ela acorde e venha ter comigo....afinal, ninguém gosta de cachorrinhos amestrados que não nos largam com juras de amor...

Um psi - Hummm...Porque diz isso?

Cliente - Porque eu sempre despachei as miúdas que eram assim, não gosto disso...e agora estou a fazer a coisa que mais destestava!!!

Um psi - Hummmm...Hummm.

Cliente - Acha que faço bem?

Um psi - O que acha?

Cliente - eu acho que sim...Acho não, tenho a certeza!! Logo que saia daqui vou telefonar a uma miuda...OOOOHHHHH!! sr. dr.!!! é tão boa!!! Ora veja aqui a fotografia que lhe tirei com o telemóvel...

Um psi - Hummm.

Cliente - É isso!! Tá decidido!!! Ela que se foda! tá perdido e tá, não ganho nada se continuar assim e se calhar até ganho...Vou voltar a ser o engatatão que era antes de a conhecer!! Se ela mudar de ideias, logo vejo...Ahhh, se ela mudasse de ideias...é que ela era a mulher da minha vida...Bem, também já disse isso de outras mulheres....

Um psi - Humm. Ok. Estamos a chegar ao fim da consulta...Marcamos para a semana?

Cliente - Sim.

por Asdrubal Vercingetorix em Os Caracóis da Marina, a 15/09/2004

Vou parar!...

Já parei!

but the joke was on me

"A nossa sociedade está cada vez mais interesseira. Perde-se cada vez mais o verdadeiro sentido da amizade, do amor, de tudo o que realmente interessa neste mundo. O verdadeiro amor parece ter sido substituido por relações unidas pelo suposto cimento do medo da solidão. A ética, a cultura de exigência, a política com o objectivo de servir o povo e não o servir-se do povo, é hoje esquecida em nome do vil metal. Nos relacionamentos já não interessa o que se sente, mas sim se a outra pessoa nos traz valor acrescentado em termos mais "práticos". Colocam-se diferenças de personalidade ou visões do mundo acima dos próprios sentimentos. Mas não são os sentimentos que deveriam comandar? Não são os sentimentos que nos permitem aceitar as diferenças, conjugando emoções com respeito pelo que é diferente, mas que nos ama e nós amamos? Não é isso que realmente interessa? Não é isso que nos permite a evolução? tornarmo-nos pessoas melhores? Aprender e corrigir os erros? Quando se rejeita os próprios sentimentos porque antevemos que maneiras de estar diferentes criarão problemas ou levarão possivelmente ao fim de uma relação, não estamos a ser estúpidos? Cobardes? acomodados? Isto tudo é apenas rejeitar a possibilidade da felicidade porque há a possibilidade da dor. Não embarco nisso. Nunca. Mesmo que não atinja o que almejo. Chamam-me muitas vezes platónico, romântico incurável, lírico. Porque sou fiel aos meus sentimentos, seja de amor, amizade ou outros. Porque acredito que é possível criar um mundo melhor e que tenho o dever ético de contribuir para isso. Porque acredito que a indiferença, a injustiça, a incompetência devem ser eliminadas. Que o mundo deveria ser liderado por poetas e não por comerciantes. Que o amor vale por si. Mesmo que às vezes acabe. Que a pasta dentifrica aberta é menos importante que gostar de um determinado sorriso. E sou fiel a mim próprio quando esses sentimentos se esbatem ou terminam. Nestas alturas chamam-me sacana, insensível, e por aí além. Porque sou fiel ao que sinto, não abdico de almejar atingir os objectivos a que os sentimentos me guiam, sou um eterno incompreendido. Porque os meus principios de vida são diferentes. porque não me rendi ao comodismo. Porque só sou fiel a mim próprio e ao que sinto. Porque acredito no amor, embora por vezes desça aos infernos por ele. Que o impossível somos nós que o criamos. Que há sempre mais um degrau depois do último. Como diz o Morrissey "I am hated for loving". Por amar a vida. Mas não abdico desta forma de funcionar. Aliás, na minha vida, em todos os aspectos e diariamente, nunca me satisfez a mediania. Nem estar medianamente feliz nem estar medianamente triste. Nem peixe nem carne. Estar com um pé dentro e outro fora, não é comigo. Ou é ou não é. Existe o cinzento, claro, mas apenas até decidir-me pelo branco ou o negro. Esta postura tem-me trazido muita dor. Desilusões. Mas tem-me trazido também muitos momentos de pura felicidade, de verdadeiro "Bliss". E só um desses momentos compensa os negativos. Quem se contenta com o "vamos andando", com o "podia estar pior" dá-me pena. Porque dificilmente atingirá o "estou bem", o "estou optimo". Há quem, ao olhar para o céu, se detenha nas nuvens. Eu só paro nas estrelas e imagino o que estará para além delas. Já me arrependi do que fiz, mas raramente me arrependi do que não fiz. Porque quase sempre optei por fazer em vez de não fazer. O medo da dor como razão para rejeitar a felicidade; o medo de acabar como razão para não começar; o medo da batalha como razão para não lutar...Para mim é incompreensivel. Enquanto gozava o processo de me apaixonar, tu analisavas as coisas "práticas". Enquanto me deslumbrava com as tuas qualidades e ia aceitando os teus defeitos, tu ias-me comparando com gente do passado. Enquanto eu chegava à conclusão que valia a pena experimentar, arriscar, tentar aceitar as tuas idiossincrasias, tu decidias-te pelo contrário, porque me olhaste com os mesmos olhos com que olhaste quem te feriu no passado. Eu dei-te o beneficio da dúvida, tu tiraste conclusões precipitadas e agarraste-te a elas. Enquanto eu optava pela verdade e deixava os jogos estúpidos, tu ias-me induzindo em erro, tanto dando como tirando. Enquanto eu tentava aceder ao âmago do teu ser, tu optaste pela minha superficie e aí ficaste porque confirmava a tua ideia de que "não havia futuro". Eu optei por valorizar o gostar de ti, em detrimento das diferenças. Tu valorizaste as diferenças em detrimento do facto de gostares de mim. Ok. eu respeito. Mas tenho pena de ti. Porque assim nunca atingirás a felicidade porque tens medo de te magoar. Eu tenho mais possibilidades de atingir a felicidade porque aceito a possibilidade de me magoar. Estou triste, é certo. Mas não te tenho raiva. Não me queres embora gostes de mim, mas eu continuo a gostar de ti. Porque continuas a ser a mesma pessoa, mesmo que deixes de gostar de mim. Se calhar tens razão quando dizes que não somos certos um para o outro. Mas não pelas tuas razões...Partir do principio que não funciona sem tentar pôr algo a trabalhar é estúpido. Porque às vezes a máquina mais velha e estropiada funciona. E funciona bem. Vais andar por aí à procura do acessório, das coisas práticas, julgando que assim serás feliz. Desculpa, mas - e já devias saber isto - isso só te vai trazer mais dor. Porque vão estar contigo não pelo que tu és, mas pelo que lhes trazes de "prático". Eu rio, choro, sofro, festejo, caio e levanto-me. Tu não. Tu andas às voltas. Eu vivo. Tu vais vivendo. Eu vivo as coisas a 100 por cento. Tu analisas as coisas a 200 por cento e enganas-te na análise. Eu corro e apanho o comboio. Tu vês se o bilhete é caro, se o comboio chega a horas, se há lugares à janela, se o ar condicionado funciona, se o tempo em rota é bom ou não e acabas por perder o comboio. Este comboio perdeste - ou melhor, optaste por não entrar. Talvez ainda o apanhes noutro apeadeiro. Resta a dúvida de saber o maquinista te deixa entrar e se o destino é o mesmo. Eu entretanto vou-te tentar esquecer. Fechar este capítulo. Com um final muito pouco hollywodesco, mas com a lembrança dos bons momentos que me deste e que te dei. Quando o impossível nao existia, quando o amor era possível, quando eramos inseparáveis. Quando a estrada parecia não ter fim. Espero que não me tenhas mentido nessa altura. Espero que não me tenhas mentido agora. Isso sim faria detestar-te, não o facto de não quereres iniciar algo. Não chegamos lá. Mas apesar de tudo valeu a pena a viagem que agora termina. Porque o impossível era possivel."

por Asdrubal Vercingetorix em Os Caracóis da Marina, a 09/07/2004

[Parecem agulhas!... Ouch...]


There is fire on the mountain,
and nobody seems to be on the run.
Oh there is fire on the mountain top,
and no one is'ah running.

I wake up in the morning...
tell you what I see on my TV screen:
I see the blood of an innocent child,
and everybody's watching.

Now, I'm looking out of my window,
and what do I see?
I see an army of soldiers that
'remarching across the street, heh...

What did they say to make you so blind,
to your conscience and reason?
Could it be love for your country,
or for the gun you use in killing?

So...
There is fire on the mountain,
and nobody seems to be on the run.
Oh there is fire on the mountain top,
and no one is'ah running.

Heh, Mister Loverman!
Can I get a chance to talk to you?
'cause you are fooling with a dead man's corpse,
and you don't know what you do.

So you say you have a lover
and you love her like no other
So you buy her a diamond
that someone has died on

don’t you think there’s something wrong with this?
Tell me, who’s responsible for what we teach our children?
Is it the internet or the stars on television?
Why oh why? Why oh, why oh? Oh!

Oh...
So little Lucy turns sixteen,
and like the movie she's been seeing,
she has a lover in her daddy.
She can't tell nobody...
'till she makes the evening news.

For there is fire on the mountain,
and nobody seems to be on the run.
Oh there is fire on the mountain top,
and no one is'ah running.

Oh yes.
One day the river will overflow,
and there'll be nowhere for us to go ;
and we will run, run...
wishing we had put out the fire, oh no...

I started a joke

Aqui há tempos, em conversa com um amigo, quando eu me preparava para começar o meu discurso de que os rapazes não sabem o que querem, ele manda-me parar e me diz-me que eu e as minhas amiguinhas andávamos a precisar ouvir umas verdades.

Fiquei com medo, confesso. Ele estava com dedo em riste e tudo. Mas, lá o deixei desopilar...

Dizia ele que nós, mulheres, é que não sabíamos o que queríamos. Pedíamos tudo e nunca nada estava bem.
Se é carinhoso é porque é muito meloso e não dá pica; Se não dá atenção é porque é insensível; Se avança é porque é demasiado cedo e afinal não gosta de nós e só quer sexo; Se não avança é porque não sabe o que quer; Se não nos telefona é porque já não gosta de nós; Se telefona é porque é muito controlador; Se, se, se... Nunca está bem!

Tentei interrompê-lo algumas vezes mas não consegui. Além disso estava curiosa para ver onde a conversa ia parar. A meio já estava a chorar a rir... Ele empolgou-se a sério.

Quando terminou, a muito custo recompus-me da risota, e tentei fazer-lhe entender que não era a pessoa certa para lhe dar aquelas respostas e muito menos podia falar pelas minhas amiguinhas.

Há muito tempo que deixei de ter um arquétipo do príncipe encantado.
Regra geral nunca sei o que quero. Aliás, quero o que não tenho ou onde não posso ir.

Não tenho muita experiência em relações. Não acredito muito nelas. E, azar dos azares, apaixono-me com a mesma frequência com que o cometa Halley nos visita. Ou seja, quando acontece fico deslumbrada pelo sentimento e cheia de medinho de cair, acabando sempre por me estatelar ao comprido.

No entanto, podia partilhar com ele a minha regra de ouro, a regra dos três simples. Não quero um homem mais tímido que eu (é difícil mas acontece), mais complicado que eu (infelizmente ainda os há) ou mais vaidoso que eu (nunca se sabe).
Mas também lhe disse que esta regra vale o que vale, ou seja, é muito valiosa quando quebrada.

Depois recordei algo que um grande amigo meu, daqueles amigos de sempre, me disse. Apesar de não estar com ele há muito tempo, sei que quando estiver não sentiremos a distância física ou temporal, será como se tivéssemos estado juntos no dia anterior. Foi, durante muito tempo, o meu verdadeiro xamã. Há poucas pessoas como ele, principalmente do sexo masculino: une uma extrema sensibilidade a uma perspicácia de génio. O que nem sempre funciona a seu favor.
Dizia-me ele, há uns dez anos atrás, que o meu destino seria um homem mais velho. Só uma pessoa vivida, muito segura de si, me poderia dar a estabilidade que eu procurava. Só uma pessoa assim sabia exactamente como desempenhar o papel que lhe competia por defeito.
É algo que recordo frequentemente. E, cada vez mais, acho que ele tem, mais uma vez, toda a razão.

No fundo, eu acho que os papéis de homem e mulher, andam meios trocados. Já ninguém sabe muito bem que papel desempenhar e como.

A meu ver, dada a minha educação clássica, continuo a achar que os homens conquistam e as mulheres deixam-se conquistar. As mulheres complicam e os homens simplificam. As mulheres falam, os homens agem. As mulheres arrumam, os homens desarrumam. As mulheres cuidam, os homens dão segurança. Etc., etc., etc....
Não imagino o meu pai se sair com uma frase do género "quero mas não posso ter" ou "estou confuso". Nem mesmo o meu irmão, com 25 anos.

Tenho um amigo que anda a passar um mau bocado porque diz que gosta de duas mulheres e não sabe com qual das duas ficar. Que faz sofrer as duas mas que quem mais sofre é ele. Blá blá blá... Já não há paciência!...
É um gajo de sorte. Tem duas mulheres com "M" grande à espera dele e ele, hesita, não sabe. É desconcertante, quando uma mulher sente que se oferece de bandeja e o respectivo... não sabe!...
Já lhe disse, se eu fosse uma das desgraçadas, já o tinha mandado passear há muito tempo, por muito que gostasse dele, por muito que me custasse. Que relação de futuro poderia advir dali? E que mulher quer um homem a seu lado que seja mais instável ou indeciso que ela?!...

Para rematar o assunto, e também foi assim que concluímos a conversa no outro dia, os homens devem tentar perceber que, para uma mulher, nem sempre é fácil saber se eles estão de factos interessados nelas ou se só querem festa. Há muitos gajos com técnicas avançadíssimas de engate, capazes de verdadeiros embustes, de fazerem tudo para levarem a sua avante. Já observei alguns casos de fazer cair o queixo e de deixar cair por terra toda e qualquer esperança de haver um que se salve. Além dos meus dois gajos (um deles ainda solteiro, meninas! solteiro e bom rapaz!... dou contacto. Eh!) e mais meia dúzia de excepções por aí perdidas.

Seja o caso que for, o conselho que ninguém me pediu mas que eu deixo na mesma, a ambos os sexos, é, se for de facto aquela pessoa que querem, falem abertamente, fomentem o diálogo aberto, atirem-se. Mais vale a certeza redonda de um "não", que a eterna dúvida de um "se"... certo?...
Se querem sacanagem, tenham juízo para que não corra mal.

Assim falava Brunhild.

bonequinha dos trapos

Esta mulherzinha está a possuir-me, com todas as implicações inerentes, boas e más. Estou a ficar com muito medo!... Dela e de mim. Mas, adiante!

Invariavelmente, todos os jantares lá em casa, passam pela conversa que o estúdio é muito bonito, é a minha cara mas... é um estúdio, se entretanto eu conhecer alguém tenho de mudar de casa porque não reúne as condições necessárias à vida de casal. Começa a chatear!...

Desta vez, como até estava bem disposta, ainda retorqui que, pela minha experiência, tinha sérias dúvidas que isso fosse acontecer mas, acontecendo, garantidamente, não seria esse o problema.

- Claro que sim, respondem-me. E, a título de brincadeira, ainda acrescentam: e até podes colocar o bercinho na lavandaria.
- Quê?!... Mas que bercinho? Eu não pretendo ter filhos...
- Não?! Mas tu adoras crianças!...
- Precisamente por adorar crianças, tomei esta decisão. Tenho perfil de tia... Além disso, cheguei à conclusão que não tenho a estabilidade necessária para ser mãe. Estabilidade emocional.

Até me engasguei com a lasanha quando as seguintes palavras entraram como flechas pelos meus sensíveis ouvidinhos:
- Oh! A estabilidade vem com o gajo.

Eu ainda olhei, na esperança vã de se tratar de uma piadinha. Mas, não. O comentário tinha sido sério.

Se eu não me encontrasse numa luta renhida com o pedaço de lasanha que teimava em me sufocar, não sei onde, ou como, aquela conversa teria acabado.

A conversa já se preparava para seguir os contornos de "os homens andam todos cegos" (e eu sem poder tomar as rédeas da situação, continuava sem reacção, roxinha, roxinha...) quando, o único gajo presente, se revela e diz, entre dentes, "os homens preferem olhar para baixo".
Eu até deixei de tossir! Foi instantâneo, remédio santo.
Teria ele noção do que acabava de dizer?...


E isto tudo para dizer o quê...
Para dizer que, se pensam que lá por me estar a tornar numa verdadeira fada do lar, vou acabar carochinha, estão muito enganados.
Por isso, não me tentem impingir maridos à força porque não vai resultar. Não é isso que procuro.

Deixem-me receber o pessoal, dar-lhes de comer e de beber.
Deixem-me sonhar e ir atrás dos meus sonhos.
Deixem-me curtir à vontade a minha casinha de bonecas. É tudo o que peço.

Até porque, como me disseram, eu também sou uma bonequinha!...

hoje acordei assim...



She
May be the face I can't forget
The trace of pleasure or regret
May be my treasure or the price I have to pay
She
May be the song that summer sings
May be the chill that autumn brings
May be a hundred different things
Within the measure of a day

She
May be the beauty or the beast
May be the famine or the feast
May turn each day into a heaven or a hell
She
may be the mirror of my dreams
The smile reflected in a stream
She may not be what she may seem
Inside her shell

She
Who always seems so happy in a crowd
Whose eyes can be so private and so proud
No one's allowed to see them when they cry
She
May be the love that cannot hope to last
May come to me from shadows of the past
That I'll remember till the day I die

She
May be the reason I survive
The why and wherefore I'm alive
The one I'll care for through the rough in ready years
Me
I'll take her laughter and her tears
And make them all my souvenirs
For where she goes I've got to be
The meaning of my life is She

She,
oh she

tira-teimas #56844496

Afinal não sonhei!!! Ou mesmo li mal. Apenas não li tudo... Eh!...

Estreia a 28 de Agosto, num cinema longe de si:
Star Wars: The Clone Wars

Se fosse casta...

... seria shiraz.

serões acompanhados

Música na aparelhagem, luz ténue e um copo de vinho...
Envolta nos meus pensamentos, vou escrevinhando coisas.

Ao segundo copo, Al Green decide intrometer-se nos meus assuntos e diz-me "I'm tired of being alone". Eu entro no jogo e digo-lhe "Call me, come back home. The best thing I can do is give back your love, let you go away feeling free as a dove".

Provocador, responde-me: "Don't you know that I'm sho' 'nuff in love with you".
E eu retalio com "It always ends up this way, me begging you everyday, a love that I cannot have, you broke my heart into half, our love is you and me baby, that makes the world go 'round". E acrescento, "Oh baby, look what you done for me, oh baby, you set my heart free, sometimes I wanna leave and then I'll stay. It wouldn't make sense now anyway. But forgive me baby if I do wrong, I haven't been a true man for so long, let me say before I forget, loving you is where it's at, oh baby, look what you done for me, oh baby, you set my heart free".

Ele resigna-se, "I can´t get next to you".
Inconformada com a sua resignação, eu atiro-lhe, "I don't know why I love you like I do, after all the changes you put me through... Hold me, love me, please me, tease me, till I can't, till I can't take more..."
Ele sorri e diz-me, "I tried to tell myself that you would be back".
Eu sorrio e canto-lhe...

You Ought To Be With Me - Al Green

"Sit right down and talk to me,about how you want to be, you ought to be with me, ya, you ought to be with me. Thinking about what people do, talking about how I love you, thinking there's nothing to what they say, you ought to be with me, anyway. They don't want to see us do, all of the dumb things we want to, you ought to be with me, hey, you ought to be with me. You don't have to waste my time, if you want to be a friend of mine, you can be denied and walk away, and turn your back for another day. You ought to be the kind of girl, that can brighten up this old world, and it's hard to see why you and me, can't be together happily. I'm trying to realize, you being with some other guy, I don't know the reason why, you ought to be with me until I die. (you ought to be with me until I die) I don't want to waste my time, if you want to be a friend of mine, I want to hold you tight, love you right, put good feelin' in your night."

Por fim, ele cede e lança... "Let´s stay together".

Eu deixo o copo na banca e despeço-me de Al.
Deito-me e adormeço na sua companhia...
Tired Of Being Alone - Al Green


I'm so tired of being alone,
I'm so tired of on-my-own,
won't you help me, girl,
just as soon as you can.

People say that I've found a way,
to make you say, that you love me.
But baby, you didn't go for that,
me, it's a natural fact,
that I wanna come back,
show me where it's at, baby.

I'm so tired of being alone,
I'm so tired of on-my-own,
won't you help me, girl,
just as soon as you can.

I guess you know that I, uh, love you so,
even though, you don't want me no more,
hey, hey, hey,
I'm cryin' tears, all through the years,
I tell you like it is, honey, love me if you can.

Ya baby, tired of being alone here by myself,
I tell ya, I'm tired baby,
I'm tired of being all wrapt up late at night,
in my dreams, nobody but you, baby.
Sometimes I wonder, if you love me like you say you do,
You see baby, I've been thinking about you,
I've been wanting to get next to you, baby,
Sometimes I hold my arms and I say,
Mmmmm hmmmm hmmmm,
O baby, needing you has proven to me,
to be my greatest dream.

I'm so tired of being alone,
I'm so tired of on-my-own, ...
Sometimes late at night
I get to wonderin' about you baby, Baby, baby, ya...
De forma a conseguir regressar a mim, lembrei-me de recordar quem era e passar os olhos por algumas fotografias minhas.
Ainda é cedo para as outras. Ainda não preciso delas para recordar...

Vivia bem, posso dizê-lo. Estilos de vida aparentemente iguais. A única diferença, a solidão.
Naquele tempo, não a conhecia. E não a conhecia porque não conhecia o outra face da solidão.
Agora conheço.

"A solidão acompanhada dos amigos", como me disse.
Faz sentido agora embora não seja verdade. Eu não deposito tamanha responsabilidade nos amigos. Será mais a solidão acompanhada de um generoso copo de vinho e de música, bem depressiva, de preferência.
Únicos momentos, em que eu sou eu, onde ainda me encontro.

Às vezes sinto-me magoada quando certas pessoas são injustas comigo, por não me conhecerem, por não estarem atentas e, principalmente, por se deixarem enganar por mim. Se eu me escondo, se eu não me mostro, como podem conhecer-me?

Se eu troco a minha tristeza por um sorriso rasgado, se eu troco a minha carência por um olhar altivo e de desdém, se eu troco a companhia dos amigos pela minha solidão, se eu tudo sinto mas pouco choro, se eu recebo as pessoas com um abraço sentido mas nunca as deixo entrar...
Bliss - Kissing - Bliss - Kissing


The red light of the sun,
slowly descending.
The sky is all I see,
it's never ending.

We could fly,
you and I.
On a cloud,
kissing, kissing.

The wind plays with the leaves,
the weather turns colder.
But as long as we believe,
love doesn't get older.

We could fly,
you and I.
On a cloud,
kissing, kissing.

On a journey of the heart,
there's so much to see.
And when the sky is dark,
you'll be right here,
right here with me.

Right here with me.
Kissing
Regressar a (esta) casa é sempre difícil... Recordações, sonhos e planos... Mas, pior de tudo, o silêncio ensurdecedor... E, ter de me encarar...
Não está fácil... Se há coisas que eu ainda não sou capaz de admiti-las perante mim mesma...
Seria de esperar que, passado este tempo todo, o regresso não fosse tão penoso... Talvez se eu não tivesse fugido... Talvez se eu não regressasse sozinha...
Dou com tudo exactamente como deixei... Os objectos criteriosamente seleccionados, os espaços vazios dos planos que ficaram por revelar e concretizar... O que faço com tudo isto?...
Não sou capaz de ficar nesta casa sozinha... É claustrofobicamente grande só para mim... E deixa adivinhar que falta ali mais alguém... E falta mesmo...

what´s the heart of the matter?...

The Heart Of The Matter - India.Arie


I got the call today, I didn't wanna hear
But I knew that it would come
An old true friend of ours was talkin' on the phone
She said you found someone
And I thought of all the bad luck,
And all the struggles we went through

How I lost me and you lost you
What are these voices outside love's open door
Make us throw off our contentment
And beg for something more?

I've been learning to live without you now
But I miss you sometimes
The more I know, the less I understand
All the things I thought I knew, I'm learning them again
I've been tryin' to get down to the Heart of the Matter
But my will gets weak
And my thoughts seem to scatter
But I think it's about forgiveness
Forgiveness
Even if, even if you don't love me anymore
These times are so uncertain
There's a yearning undefined
And people filled with rage
We all need a little tenderness
How can love survive in such a graceless age
And the trust and self-assurance that lead to happiness
They're the very things we kill, I guess
Pride and competition cannot fill these empty arms
And the work they put between us,
You know it doesn't keep us warm
I've been trying to live without you now
But I miss you, baby
The more I know, the less I understand
And all the things I thought I figured out, I have to learn again
I've been tryin' to get down to the Heart of the Matter
But my will gets weak
And my heart is so shattered
But I think it's about forgiveness
Forgiveness
Even if, even if you don't love me anymore
All the people in your life who've come and gone
They let you down, you know they hurt your pride
Better put it all behind you; cause life goes on
You keep carrin' that anger, it'll eat you up inside
I wanna be happily ever after
And my heart is so shattered
But I know it's about forgiveness
Forgiveness
Even if, even if you don't love me anymore
I've been tryin' to get down to the Heart of the Matter
Because the flesh will get weak
And the ashes will scatter
So I'm thinkin' about forgiveness
Forgiveness
Even if you don't love me anymore
Even if you don't love me anymore

Alguém viu...

... uns dias de sol abrasador e noites insuportavelmente abafadas? Se sim, por favor, digam-lhes que se esqueceram de passar pelo Porto...

Carta por Alberto Pimenta

1. se v. exa. me permiteeu gostaria de dizer o que penso.
2. em primeiro lugar penso que v. exa. anda no sentido oposto ao dos ponteiros do relógio.
3. v. exa. dirá que eu estou afirmando que v. exa. anda para trás.
4. na verdade, nada me impede de afirmar que v. exa. anda para trás. não foi isso porém que eu disse.
5. com efeito, não sei se v. exa. anda para trás. segundo penso, v. exa. anda no sentido oposto ao dos ponteiros do relógio.
6. seria necessário poder afirmar com toda a segurança que os ponteiros do relógi oandam para a frente, para poder afirmar com igual segurança que v. exa. anda para trás.
7. mas quem está em condições de afirmar com toda a segurança que os ponteiros do relógio andam para a frente? ninguém está em condições de afirmar com toda a segurança que os ponteiros do relógio andam para a frente, porque, como v. exa. sabe, os ponteiros do relógio andam à roda.
8. a única coisa que se pode afirmar com toda a segurança é que os ponteiros do relógio andam à roda para um lado e v. exa. anda à roda para o outro. os ponteiros do relógio rodam para um lado e v. exa. roda para o outro. de modo que v. exa. como seu movimento anula o movimento dos ponteiros do relógio e vice-versa.
9. na verdade é como se v. exa. não andasse e como se os ponteiros também não andassem.
10. com efeito, não creio que v. exa. ande para a frente nem que v. exa. ande para trás, não creio que v. exa. ande para cima nem que v. exa. ande para baixo, não creio que v. exa. ande para a direita nem que v. exa. ande para a esquerda, apenas suponho que v. exa. anda à roda de si mesmo, no sentido oposto ao dos ponteiros do relógio e, ainda, de olhos fechados, para não enjoar.
11. o que eu, em duas palavras, em segundo lugar penso, é que v. exa. usa um instrumento de osso ou de plástico com uma enfiada de pontas aceradas, chamado pente, a fim de estar sempre bem penteado, pois nada perturba mais v. exa. que o receio de não estar bem penteado, nada perturba mais v. exa., e é por isso que só quando v. exa. acaba por perder o cabelo todo se começaa sentir um pouco à vontade. é, segundo suponho, por isso.
12. de forma que a visão de v. exa. e dos restantes concidadãos andando todos à roda de si mesmos, no sentido oposto ao dos ponteiros do relógio, de olhos fechados e cabelos cuidadosamente penteados é um espectáculo alucinante, que v. exa. infelizmente não pode apreciar, por ter os olhos vendados.
13. claro que v. exa. julga que só v. exa. faz o movimento que v. exa. faz, e o mesmo julgam os restantes concidadãos, pois todos se consideram uma excepção, um caso único, especial, e no entanto todos formam uma regra, no seu movimento regular, no seu círculo vicioso, à roda de si mesmos, no sentido oposto ao dos ponteiros de relógio, de olhos fechados e cabelos cuidadosamente penteados.

novo espaço nocturno da cidade invicta

Após o sucesso da festa de inauguração, resolvi aproveitar as potencialidades do estúdio iupi e transformá-lo num bar. Daqueles muito em voga, de tocar à campainha. Mas com ambiente muito mais seleccionado, assim a resvalar para a sociedade secreta (ou não fosse eu uma aficionada pela Maçonaria).
Seu nome: GaBar! E só funcionará às sextas e sábados, das 23h às 2h.
Terá noites temáticas e a música andará em consonância com a disposição da anfitriã. Ou seja, nunca, jamais, existirão duas noites iguais.
A especialidade da casa, de momento, são as caipirinhas e os mojitos. Em breve, também as margueritas (assim que comprar os copos...).

O que não posso é cometer o mesmo erro da festa de inauguração: beber de tudo o que ia preparando. Uma mistura hiroshimica de caipiroskas, mojitos, amaretto, vodka, champanhe, etc. No dia seguinte era a dor de cabeça intensa, os enjoos constantes, o cansaço crónico e aquele estanderete todo por arrumar, os copos para lavar... Só me apetecia começar a beber outra vez...
É que aqui a Sininho ainda não consegue recorrer às artes mágicas para arrumar o lar...

da ficção para a realidade

«Editora vai lançar livro citado no filme «Sexo e a Cidade»O livro «Big Love Letters of Great Men» (Grandes Cartas de Amor de Grandes Homens, na tradução literal), inventado especialmente para o filme «Sexo e a Cidade», vai ser lançado pela editora Pan Macmillan.
Muitas jovens procuraram nas livrarias britânicas o livro que Carrie (Sarah Jessica Parker) aparece a ler na sua cama ao lado de mr. Big (Chris Noth) com cartas de amor durante a longa-metragem.
«Como resultado do filme, as livrarias foram inundadas com pedidos de clientes por um livro que não existia. Mas todas as referências do filme são reais, então decidimos criar o livro», disse um porta-voz da editora.
A publicação terá reproduções de cartas de John Keats, Robert Browning e Napoleão Bonaparte. Ainda contará com a correspondência do escritor Oscar Wild com o seu amante, lord Alfred Douglas.
O livro deverá ser lançado a 15 de Agosto e a editora já recebeu milhares de encomendas.»

in DiarioDigital

Eu sou como aquelas pessoas que acreditam em tudo aquilo que as agências noticiosas deitam cá para fora, sem que se apercebam que o jornalismo há muito que deixou de ser factual e passou a ser sensasional. Só que em relação ao cinema. Como eu costumo dizer: se há um filme sobre isso, é porque existe ou é verdade. Aqui têm a prova mais que provada!...

de valquíria a fada...

No outro disseram-me que gostam de me ler. Principalmente quando estou muito contente ou muito triste. Quererá isso dizer que não apreciam os meus textos de encher chouriços?!... Humm...

Seguindo essa lógica, hoje vão adorar ler-me, porque eu estou felicíssima!

Descobri uma nova faceta minha: fada do lar. E, por incrível que possa parecer, desta vez estou a falar sério, não estou a ser sarcástica.

Ando encantada a decorar a minha casa (o estúdio yupie, conforme a baptizaram).

Talvez as mulheres me entendam melhor se eu disser o seguinte... Sabem o estado de alma em que, nós mulheres, ficamos quando nos preparamos para sair com aquela pessoa especial? É assim que eu ando. Só que, em vez de andar a pensar no que vou vestir, calçar, no penteado e outras coisas que tais, penso em candeeiros, tapetes, adornos, velas, toalheiros, utensílios de cozinha, louça, talheres, tachos, edredons, almofadas, estores, etc.
Eu, que nunca tinha ligado a essas coisas, dou por mim a adorar tudo isto! É normal? Será genético?! Existe de facto uma mulherzinha dentro de mim?...

Eu até estou com medo de descobrir onde isto tudo me irá levar (além da bancarrota, claro!).
E se eu daqui por uns tempos começar a sentir necessidade de assentar?! É que a ideia já não me parece tão má quanto sempre me pareceu...

Digam-me que é uma crise qualquer, passageira, de trintinhas!...
Socorro!!!

efeitos secundários da poesia

Não é tristeza. Não é felicidade.
Não me sinto perdida. Não me sinto completa.
Não quero ver gente. Não quero estar sozinha.
Não me apetece falar. Não quero o silêncio.
Não me apetece dormir. Não quero estar acordada.
Não quero ficar. Não quero partir.
Não quero fechar os olhos. Não quero ter de ver.
Não me apetece sorrir. Não me apetece chorar.
Não quero que me abracem.
Não quero abraçar.

Quero...
Ficar, deitada, sozinha, de olhos fechados, acordada.
Ver, em silêncio, dois abraços, falando só com os sentidos.
Uma felicidade triste,
que me faz chorar sorrindo.

E...
Parto ao meu encontro.

Mas...
Onde anda a parte que me falta?


"Your whole life, people are gonna ask you to be weak. They're gonna practically beg you. But all anyone really wants is for you to be strong."

"Don't you find it odd that when you're a kid everyone in the whole world tells you to follow your dreams, and when you're older they act all offended if you even try?"

"- Maybe I'm too sensitive or something. Just feel I might not get over it.
- People who give up on love won't worth love."

apaixonei-me!!!

"O jovem que já fez tudo em Hollywood"
por João Moço

Como é costume, o filme - O Estado Mais Quente - não está em exibição no Porto!

«Realizado por Ethan Hawke, "O Estado mais Quente" é a história de William, um jovem actor instável que uma noite encontra a bela e talentosa Sara. Apaixonam-se, mas ao amor à primeira vista sucede-se o desespero de uma paixão demasiado intensa.»

sinto-me em casa

Não sei passar para o papel o que sinto quando vou a uma noite de poesia no Púcaros. Fazem-me sentir tanta coisa...

É o Sr. Manuel que nos saúda como se fossemos amigos há anos e, enquanto pedimos as bebidas, partilha uma história connosco. Ainda há pessoas assim?
Enquanto ele fala, eu perco-me no seu olhar, na forma como se entrega ao que está a dizer e a quem tem pela frente... Não, já não há pessoas assim.

São as pessoas que vão chegando e se sentam, umas ao pé das outras, mesmo as que não se conhecem. Tal como me avisaram na primeira vez que fui a uma noite de poesia: aqui não há lugares marcados, cada um senta-se onde houver lugar, somos todos amigos. E eu rendi-me imediatamente!

São as pessoas a conversarem, a trocarem livros que vão passando de mesa em mesa. Ou folhas soltas...

Bebe-se e fuma-se.

Assim que a noite começa, o silêncio.
O amor partilhado pelas palavras ou as palavras partilhadas com amor. Não sei. Tanto faz...
Às vezes tenho a sensação que as vejo deambular pela sala ou a libertarem-se do livro de quem as lê.

Alguém recebe o poema de olhos fechados, com ar carregado... Mas o poema é tão doce e belo.

Súplica
(Miguel Torga)

Agora que o silêncio é um mar sem ondas,
E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas
Às urgentes perguntas
Que te fiz.

Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti como de mim.

Perde-se a vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer, enquanto
O nosso amor
Durou.

Mas o tempo passou,
Há calmaria...
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
Matar a sede com água salgada.

my girlie side

Hoje é um daqueles dias em que me apetece abraçar toda a gente, não pensar em nada, não complicar, só ser, rir e falar, falar, falar...

Apetece calçar umas sapatilhas, vestir umas calças de ganga confortáveis (elas estão todas confortáveis, de tão largas que estão... Se continuar assim, em breve faço compras na secção de criança...) e uma t-shirt branca. Simplicidade total e absoluta.

Para completar, uma pequena bandolete no cabelo, a denunciar o meu lado girlie.

Aliás, a última modinha do meu pessoal, é gozarem com os meus travessões e florzinhas do cabelo. Não percebem que é o pormenor que indicía que a menina ainda respira.

No outro dia, ou melhor dizendo noite, dirigiram-se a mim numa pista de dança para me elogiarem os óculos. (Acontecem-me as coisas mais estapafúrdias numa pista de dança...)
Que me elogiem os olhos, já estou habituada. E sabe sempre bem. Mas, os óculos???

Muito prontamente e muito bem observado por parte de um amigo, que me disse para não me preocupar com isso. Para me preocupar quando começassem a tecer elogios aos meus travessões & afins.

Mal ele sabe que, quando isso acontecer, é mesmo razão para me preocupar... E muito!... De me preocupar e de fugir... A sete pés...

pdm

Acusam-me frequentemente, e injustamente, de ter "a puta da mania". Sim, é mesmo assim que me dizem.

Na verdade, eu pouco me importo com o que as pessoas pensam sobre mim. Sei, por experiência própria, que as pessoas, regra geral, tendem a ser cruéis e egoístas por natureza, põem e dispõem conforme lhes apetece e são desprovidas de carácter ou princípios. Por isso, dar créditos ao que dizem, é perda de tempo e energia.

Quando, alguém que nunca me viu à frente, se dá ao trabalho de atravessar uma pista de dança para me dizer que sou antipática e que tenho a mania, a única reacção possível é rir-me da situação e dizer que sim. Mais um que caiu...

No entanto, não consigo ter a mesma reacção quando a acusação é feita por alguém que gosto, que é próxima e que deveria conhecer-me um pouco melhor.

Eu sei que é essa a impressão que dou às pessoas, à primeira vista. Sei que a dou e sei porquê. É intencional, é mesmo essa a ideia.
Mas não consigo deixar de ficar magoada quando as pessoas, mesmo depois de me dar a conhecer, ficam agarradas a essa primeira impressão.

Quando tento mostrar que há muito mais para além dessa primeira impressão e para além do que propositadamente deixo transparecer, e elas não acreditam; Quando as convido continuamente a entrar no meu mundo e elas hesitam; Quando as puxo com todas as forças para que não saiam e mesmo assim me pedem para o fazer; Quando me mostro tal como sou, sem máscaras ou dissimulações e elas duvidam... Acabo por ficar sem forças. Enfraqueço, fico magoada, até que acabo por desistir. Deixo-as sair, deixo-as acreditar no que quiserem, ou mesmo não acreditarem em nada, se preferirem.

Todas as pessoas se escondem por trás de uma capa protectora. Algumas são finas, outras mais grossas, algumas autênticas muralhas. Fazem-no de forma a camuflar os seus pontos fracos, evitando ficarem demasiado vulneráveis e susceptíveis de serem magoados. Quantos mais pontos fracos a pessoa tiver, maior necessidade de protecção terá. Por outro lado, quanto maior a protecção, maior o valor do bem resguardado. (Não interpretem isto como se eu estivesse a dizer que guardo um tesouro dentro de mim e que, por isso, preciso de muita protecção. Até porque, se calhar, nem estou a falar de mim...)

Seja como for, a minha protecção é essa: o nariz empinado. Obviamente, pouquissimas pessoas sabem o quanto isso anda longe de ser verdade. Mas felizmente que ainda as há.

Contudo, tenho observado com curiosidade que, as pessoas têm tendência a acreditar muito mais facilmente no lado escuro dos outros, mesmo quando este é ficcional e contraditório à essência dos mesmos. Lá diz o ditado: quando a esmola é grande, o pobre desconfia.

Verdade seja dita, com esta lufa-lufa que se leva, já ninguém tem paciência para conhecer alguém ou mesmo darem-se a conhecer.
Solução: empacotam-se as pessoas em estereótipos e toca a andar, que o tempo urge...

dreaming on




Dream on girl, Dream on girl
I want to see you sleep tonight
You're up and down
You hit the ground
And time is drifting through your fears

I can find your dreams tonight
And make your lover come back home
If you don't know, you are on your own
I'll choose the best place for you to sleep

Come back to see the day you lost your hear
tAnd all your hopes
I'll take you to see the sunrise and try to catch your ghost

Come on girl, a dream is your world
The signs you see are in your mind
The words that you speak are here in my ear
So I can hear you falling down

Take a breath to see me
I can wait for you to
Live a life with no hopes but
If you still believe…

Come back to see the day you lost your heart
And all your hopes
I'll take you to see the sunrise and try to catch your ghost

Come back to see the day you lost your heart
And all your hopes

Notícia de última hora

Vanessa da Mata
junto ao Farol
Leça da Palmeira
22h
Entrada livre

Acho que vou mudar-me para Leça!... looooool

quero mais!...

Os jardins do Palácio ficaram repletos de gente para assistir ao concerto de Herbie Hancock que se apresentou muito bem acompanhado: Vinnie Colaiuta (bateria), Dave Holland (baixo), Lionel Loueke (guitarra), Chris Potter (sax), Sonya Kitchell (voz), Amy Keys (voz).

Foi grande concerto, em qualidade e quantidade.

Houve uma música (que eu ainda não consegui descobrir mas que vou ter de descobrir ou não me chamo Brunhild) que Amy Keys cantou, que me foi somente arrepiante. Grande voz!

Venham mais destes!...

a dita

"O jovem pensador ainda estava sujeito à canção capciosa das sirenes do nacionalismo e, mau grado a sua excelente educação helenística, ainda não aprendera a tapar os ouvidos com a cera de Ulisses."

Para quê complicar o que poderia ser tão simples?